40% dos brasileiros querem cortes de impostos, mesmo com menor investimento em saúde
Para 71%, a alta no custo de vida é por causa das políticas adotadas pelo governo
Pesquisa da Ipsos revela aumento global do pessimismo devido à inflação, com impacto significativo nas finanças pessoais e na confiança econômica.
O monitor global da Ipsos sobre o custo de vida, divulgado em novembro de 2024, evidencia que a inflação continua a impactar profundamente a percepção das pessoas sobre suas finanças pessoais e a economia do país.
A pesquisa Monitor do Custo de Vida, realizada pela Ipsos em 32 países, revela um cenário global marcado por um pessimismo crescente. Globalmente, 65% dos entrevistados acreditam que a inflação continuará a subir nos próximos 12 meses, representando um aumento de sete pontos percentuais em relação a abril de 2024. Na Europa, o descontentamento é ainda mais evidente: 33% da população prevê uma redução na renda disponível em 2025, indicando uma deterioração significativa na confiança econômica.
Aumento do pessimismo dos brasileiros
No Brasil, 64% da população acredita que a inflação continuará a subir, enquanto 36% relatam dificuldades em gerir as finanças pessoais. Além disso, 40% dos cidadãos afirmam preferir pagar impostos menores, mesmo que isso signifique menores investimentos em serviços públicos, como saúde e educação.
Apenas 6% dos brasileiros afirmam viver confortavelmente ou e 25% dizem estar em boas condições financeiras. A percepção de que o custo de vida aumentará é generalizada, com destaque para os custos de alimentação (72%), utilidades como gás e eletricidade (64%) e combustíveis (46%).
A pesquisa também destaca que 37% dos entrevistados globalmente sentem-se em piores condições financeiras do que antes da pandemia de Covid-19, com uma diferença notável entre consumidores de rendas baixas e altas. Ao mesmo tempo, emerge uma divisão nas preferências políticas: enquanto muitos favorecem cortes de impostos para aliviar a pressão financeira, há uma preocupação crescente com a necessidade de preservar o financiamento de serviços públicos essenciais.
Globalmente, os fatores percebidos como principais motores da crise na percepção dos entrevistados são a guerra na Ucrânia (58%), ganhos excessivos de empresas (62%), taxas de juros elevadas (66%), políticas governamentais locais (69%) e o estado da economia global (70%).
Além disso, a imigração emerge como um fator significativo, com 56% dos entrevistados apontando-a como uma das razões para a inflação, um aumento de quatro pontos desde abril de 2024. Já no Brasil o motivo mais citado para a alta no custo de vida são as taxas de juros, com 76% das menções, seguida pelas políticas adotadas pelo governo (71%).
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