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FMI destaca papel de reformas na recuperação do Brasil

20 abr 2017 - 07h14
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O fundo avalia que o Brasil deve sair de uma recessão que dura dois anos em 2017 e deve avançar em suas reformas, cujos objetivos, segundo o documento, são reconstruir a credibilidade e a sustentabilidade fiscal do País.
O fundo avalia que o Brasil deve sair de uma recessão que dura dois anos em 2017 e deve avançar em suas reformas, cujos objetivos, segundo o documento, são reconstruir a credibilidade e a sustentabilidade fiscal do País.
Foto: iStock

O relatório Monitor Fiscal, lançado nessa quarta-feira (19) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), destaca o papel da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Gastos Públicos e o esforço do governo brasileiro para fazer a reforma da Previdência como fatores importantes para a retomada do crescimento econômico no País. O fundo avalia que o Brasil deve sair de uma recessão que dura dois anos em 2017 e deve avançar em suas reformas, cujos objetivos, segundo o documento, são reconstruir a credibilidade e a sustentabilidade fiscal do País.

O FMI diz que o congelamento dos gastos, em termos reais, vai ajudar a reduzir o déficit de maneira relativamente rápida, ainda que a proporção dívida bruta do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) do País deva continuar a crescer ao menos até 2022, quando representará 87,8%. Em 2008, o número era de 61,9%, segundo a instituição, e em 2016, atingiu 78,3%.

Segundo o relatório, o Brasil voltará a ter superávit primário a partir de 2020. Nesse ano, o valor será de 0,7%, e deve crescer no ano seguinte, 2021, para 1,1% e em 2022 para 1,6%. O superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros.

Segundo o relatório, os déficits fiscais (diferença negativa entre os rendimentos e as despesas públicas em um determinado prazo) nas economias médias e emergentes aumentaram pelo quarto ano seguido, de uma média de 0,9% do PIB em 2012 para 4,8% em 2016, o maior número das últimas duas décadas.

O aumento foi devido ao crescimento lento e à baixa nos preços das commodities  (mercadorias em estado bruto ou produtos primários comercializados internacionalmente, como café, algodão, soja, boi gordo, minério de ferro e cobre), aliados a fatores políticos. Brasil, China e países exportadores de petróleo foram os responsáveis pela maior parte do crescimento do déficit entre 2012 e 2016.

Crescimento no Brasil

A previsão do FMI para o crescimento do Brasil por meio do relatório Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook) apresentado na terça-feira (18) para este ano é de 0,2%. A previsão de crescimento para 2018 ficou em 1,7%.

O relatório do FMI mostra que, com a recuperação há muito esperada na indústria e no comércio, a projeção de crescimento para a economia mundial aumentou de 3,1% em 2016 para 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018, maior do que a previsão do último relatório de outubro do ano passado.

Meirelles em Washington

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desembarcou hoje (19) em Washington para participar das reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial. Segundo a agenda oficial divulgada pelo ministério, amanhã (20) pela manhã ele se reúne com o representante do Brasil no FMI, Alexandre Tombini, o diretor executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, e, em seguida, tem um encontro bilateral com o ministro de Finanças da China, Xiao Jie. Ao meio-dia, ele participa de um painel organizado pelo Atlantic Council chamado A Economia do Brasil e o Futuro da Classe Média e, à tarde, reúne-se com investidores e com o ministro das Finanças da Austrália, Mathias Cormann, com o presidente-executivo do BNP Paribas, Jean Lemierre, e com representantes da  agência de classificação de risco Moody's. À noite, o ministro tem um jantar com os ministros de Finanças e presidentes de Banco Central dos países do G-20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia).

Meirelles tem agenda em Washington até sábado (22).

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