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FMI eleva acordo de financiamento da Argentina para US$56,3 bi

26 out 2018 - 20h26
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta sexta-feira que aprovou uma medida para elevar o acordo "stand-by" de financiamento para a Argentina a cerca de 56,3 bilhões de dólares, em um acordo que torna mais rígidas as medidas fiscais acordadas previamente.

 4/9/2018 REUTERS/Marcos Brindicci
4/9/2018 REUTERS/Marcos Brindicci
Foto: Reuters

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, fechou um acordo de 50 bilhões de dólares com o FMI em junho, na expectativa de que ajudaria a conter a desvalorização do peso.

Mas o peso continuou caindo, forçando-o a renegociar o acordo.

O novo acordo vai exigir que o governo faça cortes de despesas mais profundos e aumente impostos para zerar o déficit fiscal primário do país, projetado a 2,7 por cento do produto interno bruto em 2018. Macri está se preparando para concorrer a um segundo mandato no fim de 2019.

A economia argentina, que tem sido torturada por inflação alta, caiu em recessão depois que uma seca no início de 2018 derrubou as exportações de grãos.

Em uma carta ao FMI, a Argentina disse esperar que a inflação atinja um pico de mais de 40 por cento em janeiro e depois caia rapidamente em 2019.

A carta também diz que a Argentina espera uma contratação econômica entre 2 e 3 por cento em 2018.

"Nós esperamos que a recessão continue pelo resto de 2018 e no primeiro trimestre de 2019, com uma recuperação começando no segundo trimestre do ano que vem", disse uma autoridade do FMI.

A diretora do FMI, Christine Lagarde, disse que uma proposta de Orçamento para 2019 aprovada pela Câmara dos Deputados da Argentina ajudaria o governo a cumprir as metas.

"Sua conversão em lei será um fator-chave para restaurar confiança", disse ela em um comunicado.

Reduzir o déficit durante um ano de eleição presidencial é quase inédito na Argentina. Grandes partes da população passaram a contar com programas sociais e subsídios, que ajudaram o país a se recuperar de uma crise econômica de 2002 que jogou milhões de argentinos da classe média na pobreza.

A popularidade de Macri tem caído enquanto ele corta benefícios previdenciários e subsídios a concessões públicas. Policiais dispararam balas de borracha na quarta-feira contra manifestantes que protestavam contra políticas de austeridade em frente ao Congresso, enquanto parlamentares debatiam e aprovavam a lei orçamentária de 2019, que sistematiza as metas fiscais acordadas com o FMI.

O peso, que permaneceu estável após o anúncio do acordo, se fortaleceu neste mês, mas permanece cerca de 50 por cento mais fraco que no início do ano.

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