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Fornecedores de carne brasileiros interrompem entregas para varejistas locais do Carrefour, diz mídia

Carrefour classificou a alegação de desabastecimento das matérias como "improcedente"

24 nov 2024 - 12h21
(atualizado às 14h14)
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Foto: Divulgação

Frigoríficos brasileiros teriam parado de fornecer carne ao grupo Carrefour no Brasil depois que o presidente-executivo global do varejista prometeu manter a carne sul-americana fora das prateleiras da França em solidariedade aos fazendeiros franceses, de acordo com relatos da mídia brasileira que citaram fontes anônimas da indústria.

Uma das reportagens diz que a interrupção no fornecimento de carne já afetou 150 lojas da varejista no Brasil, citando JBS e Marfrig entre as empresas que supostamente interromperam as entregas.

Procurado, o Carrefour classificou a alegação de desabastecimento das matérias como "improcedente".

O varejista francês disse à Reuters neste domingo que o fornecimento de carne está normal em suas lojas locais, negando qualquer escassez e chamando as reportagens de "desinformação".

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes processadores brasileiros de carne suína e de frango, não fez comentários imediatos.

JBS e Marfrig não quiseram comentar.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) não confirmou a interrupção do fornecimento e reiterou declaração feita na semana passada na qual chamou o plano do Carrefour de proibir a carne sul-americana de "contraditório".

Abiec disse que o Carrefour Brasil opera 1.200 lojas no país que vendem principalmente carne bovina nacional.

O governo brasileiro também criticou o plano do Carrefour de proibir a carne sul-americana. O Ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, chamou a promessa de parte de uma "ação orquestrada" por empresas francesas para sabotar o pacto comercial entre a União Europeia e as nações do Mercosul.

Em uma publicação nas redes sociais dirigida aos líderes dos lobbies agrícolas da França, o presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, disse que o acordo UE-Mercosul apresentava o "risco de a produção de carne se espalhar para o mercado francês (e) não atender aos seus requisitos e padrões".

"Ao adotar um discurso protecionista em defesa dos produtores franceses, o Carrefour fragiliza seu próprio negócio e expõe o mercado europeu a riscos de abastecimento", disse a Abiec em reação à publicação de Bompard.

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