Bolos caseiros (de ouro?) podem render até R$ 80 mil por mês

Natália Mito

22 mai 2015 - 12h29

(atualizado em 24/6/2015 às 15h18)

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Com receitas simples, os bolos caseiros se tornaram febre entre os consumidores
Foto: Vó, Quero Bolo! / Divulgação

Responsáveis por propiciar boas sensações de nostalgia das tardes na casa da vovó, os bolos caseiros são encontrados cada vez com mais frequência nas ruas de São Paulo. Com receitas simples, eles se tornaram febre não só entre os consumidores, mas também entre empresários que desejam abrir uma franquia. O investimento inicial pode variar de R$ 100 mil a R$ 250 mil, e o faturamento mensal, de R$ 35 mil a R$ 80 mil.

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Produto que não sai de moda

Inaugurada em 2013, a The Original Cake é uma das mais conhecidas empresas de bolos caseiros do país. A rede faturou R$ 7,2 milhões no ano passado.

A marca pertence ao empresário, Bruno Queiroz, de 25 anos, que abriu sua primeira empresa em 2009, aos 19: a The Original Cupcake, que funcionava em quiosque em um shopping de São Paulo. Ele foi um dos pioneiros no Brasil na fabricação e venda de cupcakes (minibolinhos com cobertura) e aproveitou a experiência para abrir a The Original Cake.

Bruno conta que quando começou a observar a alta do mercado de bolos caseiro, uma das coisas que mais chamou a atenção foi a versatilidade do produto. "O bolo caseiro é o arroz e feijão do doce, algo que nunca vai sair de moda", diz.

O sucesso dos bolos e a experiência na área permitiram ao empresário abrir uma rede de franquias da marca em pouquíssimo tempo. Após cinco meses de loja, em fevereiro de 2014, entrou em funcionamento a primeira franquia da The Original Cake. Atualmente, existem 22 franquias ativas em São Paulo. O investimento inicial é de R$ 100 mil, com um faturamento médio mensal de R$ 35 mil, de acordo com a empresa. Para este ano, a meta é abrir 25 novas unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Bruno Queiroz, de 25 anos, abriu sua primeira empresa em 2009
Foto: The Original Cake / Divulgação

Sucesso no primeiro négócio

Há dois anos e meio, a administradora Beatriz Barreiros Olivieri, de 28 anos, e seu marido, resolveram se arriscar no mundo do empreendedorismo, e, para abrir a primeira franquia, escolheram o mercado de bolos caseiros . "Era um negócio inovador. O mercado de bolos caseiros estava crescendo muito. Apesar de a experiência na época ser zero, nós acreditamos no produto e também no negócio", conta.

Para ela, o ponto crucial para a tomada de decisão foi mesmo o produto. "Pesquisei muitas franquias, mas o interesse por bolos veio do fato de ser um produto que atinge várias faixas etárias e sociais. Todo mundo come bolo e o produto tem saída, independentemente da época."

Beatriz cuida de uma das lojas da marca Tradicional Bolos Caseiros. A administradora conta que ficou satisfeita com o retorno obtido, suporte da empresa e que seu prazo de retorno foi rápido. O investimento foi de R$ 140 mil e seu faturamento médio mensal atualmente é de R$ 50 mil, segundo ela.

Bolos com sabor de casa

Para o coordenador do Cômite de Alimentação da ABF, João Baptista, ainda é um bom momento para apostar no ramo de bolos caseiros. "Indiscutivelmente, se não houvesse demanda por parte do consumidor, o mercado não teria esse crescimento", diz.

Ele aponta que a possível razão do sucesso dos bolos caseiros é uma mudança de hábitos da sociedade. "Uma maior presença da mulher no mercado de trabalho, o novo perfil da empregada doméstica, o fato de as pessoas passarem mais tempo dentro do escritório e fora de casa... Existe uma série de mudanças na sociedade que levam para o 'querer caseiro', para a necessidade de coisas que remetem ao lar. O bolo caseiro entra para suprir essa carência", afirma.

A mudança de cenário socioeconômico também é importante para determinar regiões com mais oportunidade de crescimento neste segmento. "As grandes capitais e principais centros são os locais mais indicados. Se você abrir uma franquia de bolos caseiros no interior, tem muita chance de o negócio dar errado, porque lá não existe essa carência [de casa], a transformação socioeconômica não acontece de maneira intensa como nas grandes cidades", destaca Baptista.

O especialista ressalta, porém, que dentro de qualquer segmento, sempre há uma seleção natural. "Marcas com boas propostas, gestão profissional e qualidade do produto têm longevidade. Desafios existem em qualquer mercado. Cabe ao profissional saber se adaptar e superá-los."