Free flow: tecnologias ajudam a reduzir gargalos logísticos
Conceitos como free flow nos pedágios e gestão de frotas otimizam custos dos fretes.
O país ainda tem um longo caminho a percorrer para melhorar a sua infraestrutura. Os gargalos logísticos provocam perdas que chegam a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), o conhecido “custo Brasil”. Além de novos projetos e programas no setor, a inovação tecnológica pode ser uma importante aliada para reduzir esses custos e melhorar a produtividade nacional.
“Um dos pontos que dificultam a vida de quem trabalha com transporte de carga é esse gargalo na infraestrutura. Para fechar a conta, é necessário investir em uma boa gestão e tecnologia”, explica o superintendente de produtos B2B da Veloe, Mauro Telles.
Levantamento feito pela companhia, que trabalha com gestão de frotas, aponta que soluções como telemetria e roteirização adequada, além da gestão e manutenção da frota, podem representar até 31% de economia para o transportador no dia a dia das operações.
“É possível ter todas as informações detalhadas, gerir melhor os trajetos e rotas para otimizar o percurso, reduzir custos e garantir a segurança do motorista”, completa Telles.
Inovações tecnológicas já são adotadas para melhorar a infraestrutura e podem servir de modelos mais eficientes de logística e transporte em todo o país. O diretor-executivo da área de Governo & Infraestrutura da EY, Gustavo Gusmão, cita os mecanismos modernos de cobrança de pedágio que podem contribuir para melhorar o fluxo nas rodovias.
Um deles é o free flow, conceito que foi previsto recentemente na licitação da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), ocorrida no fim do ano passado. O free flow tende a eliminar as praças de pedágio, uma vez que os veículos passarão a ter uma identificação própria e a cobrança será realizada por meio de pontos de leitura e transmissão de dados. “Isso tornará o fluxo de veículos mais ágil”, diz Gusmão.
Outra iniciativa são os sistemas integrados para leitura automática de veículos de carga com o objetivo de simplificar, agilizar e desburocratizar o transporte de carga no país. Gusmão cita como exemplo um programa que está sendo desenvolvido pelo governo federal chamado DT-e (Documento de Transporte Eletrônico).
O objetivo do DT-e, instituído em maio do ano passado por meio do Ministério da Infraestrutura, é agilizar as paradas e fiscalizações dos caminhoneiros ao longo das viagens para conferência de cargas e notas fiscais.
Segundo Gusmão, também é necessário criar maiores incentivos para acelerar a transformação digital junto ao poder público.
“Isso significaria projetos de menor custo, maior qualidade e menor tempo de implantação”, afirma. “Muitos gestores públicos têm conhecimento e procuram conhecer essas tecnologias, mas se não houver um ambiente em que se possa aplicar essas tecnologias, de pouco servirá na prática. A construção desse ambiente requer investimento em novas tecnologias, transformação de cultura de trabalho, treinamentos e reconhecimento junto a gestores que utilizarem tecnologias novas em suas atividades.”