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Funcionários da GM entram em greve por ameaça de demissões

Metalúrgicos na fábrica em São José dos Campos, em São Paulo, se mobilizam contra a ameaça de demissão de 794 trabalhadores

20 fev 2015 - 12h01
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Trabalhadores da General Motors em São José dos Campos (SP) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado contra ameaça de demissões
Trabalhadores da General Motors em São José dos Campos (SP) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado contra ameaça de demissões
Foto: Lucas Lacaz Ruiz / Futura Press

Os metalúrgicos que trabalham no período da manhã na fábrica da General Motors em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior paulista, entraram nesta sexta-feira em greve por tempo indeterminado contra a ameaça da montadora de demitir 794 empregados. O sindicato da categoria espera receber a adesão dos trabalhadores do turno da tarde, em assembleia marcada para as 14h30.

Em nota, a empresa alegou ter sido surpreendida pelo movimento. “Em relação ao movimento de greve iniciado na manhã desta sexta-feira, dia 20 de fevereiro, no complexo industrial de São José dos Campos, a GM informa que não foi oficialmente comunicada pelo sindicato local, conforme determina a legislação vigente. A decisão causou surpresa, pois a proposta apresentada pela GM foi deturpada pelo sindicato. Em função disso, a GM tomará as medidas legais cabíveis”.

O presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, negou que tenha quebrado as regras e informou que o ministro do Trabalho, Manoel Dias, solicitou uma reunião com a diretoria de Relações Trabalhistas da GM para uma reavaliação desses cortes, mas o pedido teria sido recusado.

“A greve é nossa única forma de impedir uma demissão em massa na GM. Queremos convocar todas as centrais sindicais do país a se unirem aos trabalhadores daqui para lutar contra esse plano absurdo da montadora. Nós já havíamos dado o recado para a empresa, de que se houvesse demissão, haveria greve. Agora, só retornaremos ao trabalho quando nossas reivindicações forem atendidas”, disse, em nota, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

De acordo com informações do sindicato, que é filiado à CSP-Conlutas, a GM propôs a abertura de lay-off (afastamento) por dois meses. “Após esse período, todos seriam demitidos. A empresa também propôs, como alternativa, a demissão imediata desses 794 funcionários”, diz a nota da entidade.

Segundo o comunicado, no último dia 13, os 798 trabalhadores que estavam em lay-off desde setembro do ano passado voltaram ao trabalho e não podem ser incluídos em lista de cortes porque têm garantia de emprego até 7 de agosto. Na fábrica da GM atuam cerca de 5,2 mil metalúrgicos na produção dos modelos S10 e Trailblazer.

Diante desse quadro, a entidade informou que vai pedir à presidenta Dilma Rousseff que edite uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para todos os trabalhadores de empresas que recebem incentivos fiscais, como é o caso das montadoras. Segundo o sindicato, embora o setor tenha recebido incentivos fiscais, fechou, no ano passado, 12 mil postos de trabalho.

Agência Brasil Agência Brasil
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