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Fusão entre Itaú e banco chileno é questionada nos EUA

A ação de um investidor minoritário norte-americano ameaça a maior fusão bancária da América Latina desde 2008

4 mar 2014 - 12h22
(atualizado às 12h25)
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<p>Ita&uacute; Unibanco fez acordo de fus&atilde;o de sua unidade no Chile com o chileno CorpBanca, em uma opera&ccedil;&atilde;o para refor&ccedil;ar a internacionaliza&ccedil;&atilde;o do maior banco privado do Brasil</p>
Itaú Unibanco fez acordo de fusão de sua unidade no Chile com o chileno CorpBanca, em uma operação para reforçar a internacionalização do maior banco privado do Brasil
Foto: Nacho Doce / Reuters

Um investidor minoritário norte-americano está pedindo ao conselho do CorpBanca para desfazer sua recente associação com o Itaú Unibanco Holding e lançar um novo leilão, alegando que o banco chileno beneficiou seu acionista controlador, em detrimento dos minoritários, de acordo com documento ao qual a Reuters teve acesso.

O fundo Cartica Management LLC disse em uma carta enviada na segunda-feira ao conselho do CorpBanca que o acordo com o Itaú, estimado em US$ 3,7 bilhões, subvalorizou as ações do banco e beneficiou o bilionário chileno Alvaro Saieh e sua holding de investimentos Corp Group.

O Cartica, que administra mais de US$ 2 bilhões, possui 3,2% do banco chileno, segundo a carta. Ele se recusou a comentar o assunto. O CorpBanca não fez comentários imediatos sobre o assunto. Não foram localizados representantes do Itaú para comentar.

Executivos do CorpBanca haviam defendido anteriormente o acordo, que foi anunciado no fim de janeiro, dizendo que uma associação com o Itaú ajudaria a fazer dele um líder regional. A expectativa é que a entidade resultante, a ser chamada Itaú CorpBanca, tenha valor de mercado de US$ 8 bilhões, cerca de 10 mil funcionários e 390 agências.

A ação do Cartica, um exemplo raro de ativismo de investidor na região, ameaça a maior fusão bancária da América Latina desde 2008. As ações do CorpBanca caíram 13,5% em 29 de janeiro, dia em que o acordo foi anunciado, refletindo a decepção entre os investidores de que os termos foram favoráveis demais ao Itaú. O acordo dá ao Itaú uma importante base entre bancos de varejo no Chile e abre caminho para crescer na Colômbia, onde o CorpBanca tem também tem operações.

Acordo

O Itaú Unibanco anunciou no final de janeiro o acordo de fusão de sua unidade no Chile com o CorpBanca. O acordo inclui capitalização de US$ 652 milhões do Itaú Unibanco no Itaú Chile. O banco brasileiro terá 50,5% da nova entidade, o Itaú CorpBanca, que administrará os negócios dos dois bancos no Chile e na Colômbia. O Itaú CorpBanca terá US$ 45 bilhões em ativos e carteira de crédito de US$ 34 bilhões.

A operação levará o Itaú Unibanco da sétima para a quarta posição entre os maiores bancos do Chile em empréstimos. Além disso, o acordo permite que o banco brasileiro ingresse no mercado de varejo financeiro da Colômbia, economia de maior crescimento na América Latina em 2013. "Vemos todas as condições para a expansão - este é um trampolim para oportunidades de negócios no Chile, Colômbia, Peru e América Central", disse Ricardo Marino, presidente-executivo do Itaú para América Latina, em teleconferência. A nova instituição vai operar no Chile sob a marca Itaú.

Com o acordo, o Itaú Unibanco avança na estratégia de internacionalização, prevista desde o surgimento do maior privado do país com a fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008, mas postergada devido aos altos preços dos ativos em países como Chile, Peru e Colômbia. O Itaú iniciou suas operações no Chile com a compra da unidade local do Fleet Boston, em 2006, e depois com as atividades do HSBC, em 2011. O banco também montou uma operação de banco de atacado na Colômbia, em 2012.

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