Galípolo diz que "questão de sazonalidade" motivou leilões de linha do BC nesta quarta-feira
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira que os leilões de linha realizados pela autarquia durante a tarde ocorreram para atender a uma questão sazonal, apontando que a disfuncionalidade detectada no mercado de câmbio foi resolvida.
Mais cedo, o BC vendeu 4 bilhões de dólares em dois leilões com compromisso de recompra, cada um aceitando ofertas no valor total de 2 bilhões de dólares.
Tradicionalmente, o BC costuma realizar leilões de linha nos finais de ano, em especial em dezembro, para atender à demanda por moeda para envio ao exterior. O período é marcado pelo envio de recursos ao exterior por empresas com filiais no Brasil e fundos de investimentos, entre outros.
"Tem uma questão de sazonalidade. Usualmente no final do ano você costuma ter essa demanda adicional que costuma provocar um pouquinho de stress no cupom (cambial)", disse Galípolo durante painel do Fórum de Estratégias de Investimento 2025, organizado pelo Bradesco Asset Management.
O diretor observou que, no fim do ano passado, o BC percebeu que bancos estrangeiros estariam arbitrando o cupom cambial, o que retirou a necessidade de a autoridade monetária intervir. No entanto, por "questões regulatórias", a autarquia não teria visto esses bancos exercendo o mesmo papel neste ano.
"O Banco Central está atento àquilo que a gente chama de disfuncionalidades e a gente escolheu um mecanismo que se mostrou feliz de atender e endereçar qual era o problema efetivamente do ponto de vista técnico", afirmou.
Por fim, Galípolo disse que a ação do BC nesta quarta foi "bem compreendida e recebida" pelo mercado, atendendo aos propósitos da autoridade monetária. Ele classificou a política cambial brasileira como "equilibrada".