Gasolina: preço médio sobe 3,3% nos postos após volta dos tributos federais, diz ANP
Litro do combustível fechou a semana de 26 de fevereiro a 4 de março a R$ 5,25
O preço médio da gasolina subiu nos postos de abastecimento do País na semana em que o governo federal anunciou a volta dos tributos federais (PIS/Cofins) sobre combustíveis.
O litro do insumo fechou com alta de 3,3%, saltando para R$ 5,25, entre 26 de fevereiro e 4 de março. Na semana anterior, o preço nacional médio do litro da gasolina ao consumidor era de R$ 5,08. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os tributos voltaram a ser cobrados em 1º de março.
Foi a primeira vez em quatro semanas que o preço da gasolina ao consumidor final sofreu alteração relevante, desta vez para cima.
Para o sócio e diretor da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia, Bruno Pascon, não há dúvidas de que o aumento é um desdobramento da volta dos tributos, mesmo que antecipando sua incidência sobre a cadeia.
"Os preços no varejo (postos) são livres. Quando a reoneração é anunciada a partir do dia 1º de março, os postos ganham o direito de repassar o aumento no preço do produto que revendem. Isso é comum e, normalmente, gera questionamentos do Cade a respeito da motivação do repasse: se é uma antecipação indevida ou movimento em cima de novas cargas adquiridas, o que é difícil descobrir", diz Pascon.
Outras fontes do setor ouvidas anonimamente acreditam tratar-se de antecipação do repasse dos novos impostos por parte de distribuidores ou lojistas, com maior chance para uma ação destes últimos.
De fato, ainda é difícil precisar o efeito exato do anúncio no preço médio da gasolina, porque essa reoneração vigorou apenas quatro dias da semana e sua incidência ainda varia de acordo com a dinâmica de estoque de cada lojista.
"Só vamos ter uma leitura mais fidedigna do impacto da volta dos impostos sobre a gasolina e o etanol na medição da ANP da semana que vem, quando o efeito da reoneração na semana vai ser cheio", diz Pascon.
Segundo cálculo da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), noticiado pelo Estadão/Broadcast, o carregamento do saldo das mudanças para as bombas é um aumento de R$ 0,25 por litro vendido nos postos. Considerando esse acréscimo, o preço médio do litro da gasolina deveria ter ido para a casa dos R$ 5,33, valor acima do verificado na realidade (R$ 5,25).
Na semana em questão (de 26 de fevereiro a 4 de março) o preço do litro de etanol anidro, que também influencia no preço da gasolina, apresentou leve alta de 1,67% para R$ 3,11 por litro, o que ajuda a explicar o aumento de 0,2% no preço da mistura nos postos. O movimento do etanol anidro recompõe o preço do insumo, que havia caído 2% na semana imediatamente anterior. A medição é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da USP (Cepea/Esalq-USP).
Diesel
Livre da reoneração até 1º de janeiro de 2024, por decisão do governo, o diesel S-10 viu o preço médio cair 0,5% esta semana nos postos de todo o País, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O litro do insumo custou, em média, R$ 6,02 entre 26 de fevereiro e 4 de março, ante os R$ 6,05 registrados nos sete dias anteriores. Essa nova queda do preço do diesel S-10 ao consumidor é efeito direto da redução de 1,95% ou R$ 0,08 no preço praticado em refinarias da Petrobras a partir da última quarta-feira, 1.
Embora pequeno, esse desconto da Petrobras se junta com o anterior, de 8,9%, ou R$ 0,40, válido desde 8 de fevereiro, e que ainda é residualmente repassado às bombas.
Gás de cozinha
Além do diesel, o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás de cozinha também caiu, desta vez 0,08%, na semana entre 26 de fevereiro e 4 de março.
O insumo vendido em botijão de 13 kg fechou a semana a um preço médio de R$ 107,50 ante os R$ 107,59 da anterior. O gás de cozinha tem mantido uma trajetória de quedas leves, pontualmente interrompida no início do mês, depois de sete baixas semanais seguidas ao consumidor final. Também nesse caso, com exceção da gasolina, os insumos federais só voltarão a incidir em 1º de janeiro de 2024.