Gigante cearense dos alimentos M. Dias Branco compra a paranaense Jasmine
Companhia, conhecida pelos produtos saudáveis, volta a ter um dono brasileiro; em 2014, havia sido adquirida por farmacêutica japonesa
A gigante dos alimentos M. Dias Branco continua em sua cruzada de aquisições: anunciou no fim da tarde desta quinta-feira, 9, em fato relevante, a compra da Jasmine, com sede no Paraná, que é conhecida pelos produtos saudáveis, como grãos, alimentos prontos e pães sem glúten, por exemplo.
O acordo envolveu 100% das ações, de acordo com as partes, e foi realizada por meio de uma subsidiária da gigante cearense, que é líder no setor de massas e biscoitos no País. A companhia é dona de marcas como Adria, Isabela e Salsitos. Com o negócio, segundo o vice-presidente de relações com investidores da M. Dias Branco, Gustavo Theodozio, a empresa também se impõe no mercado saudável.
"É uma marca grande, pronta e em linha com o plano estratégico da companhia de entrar em novas categorias, aliada com as tendências de consumo do futuro e em busca de melhores margens", disse Theodozio, em entrevista ao Broadcast Agro.
Em 2018, a M. Dias Branco já adquiriu, dentro de sua estratégia de expansão, a Piraquê, conhecida por biscoitos e salgadinhos, em um negócio avaliado em R$ 1,5 bilhão. A compra da Jasmine tem um valor menor, uma vez que o faturamento estimado pelo mercado para o negócio era de cerca de R$ 180 milhões. Oficialmente, as partes não revelaram o valor do negócio.
Hoje, a Jasmine atende especialmente os mercados da região Sul e de São Paulo, que respondem por cerca de 50% da sua receita, com presença em 26 mil pontos de venda. Agora, a ideia da M. Dias é usar a sua capilaridade no País para expandir a atuação da marca. Segundo o executivo da fabricante cearense, a marca poderia praticamente dobrar sua distribuição, para cerca de 50 mil estabelecimentos.
Também está nos planos da M. Dias Branco aumentar o uso da fábrica de 15 mil m² da Jasmine, localizada em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba. Atualmente, a planta opera em apenas 30% da capacidade total instalada.
Controle nacional
Com a aquisição, a Jasmine volta a ser um negócio de capital nacional. Isso porque, em 2014, ela havia vendido seu controle para a empresa francesa Nutrition et Santé, subsidiária da farmacêutica japonesa Otsuka. Segundo informações da época, a farmacêutica via no negócio uma chance de atuar fora do setor de medicamentos, que é bastante regulado.
A Jasmine foi fundada nos anos 1990, mas teve origem ainda no fim dos anos 1970, quando o empresário Christophe Allain e sua mulher, Rosa, iniciaram um negócio de venda de marmitas "saudáveis", ainda antes de o casal se mudar para Curitiba.
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