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Google deve vender Chrome para restaurar concorrência na busca online, diz Departamento de Justiça dos EUA

21 nov 2024 - 15h25
(atualizado às 15h26)
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O Google, da Alphabet, precisa vender seu navegador Chrome, compartilhar dados e resultados de pesquisa com rivais e tomar outras medidas -- incluindo a possível venda do Android -- para acabar com seu monopólio em pesquisa online, argumentaram promotores a um juiz na última quarta-feira.

As medidas apresentadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos fazem parte de um caso histórico em Washington que tem o potencial de remodelar a forma como os usuários encontram informações na rede.

Elas seriam implementadas ao longo de até uma década, aplicadas por meio de um comitê nomeado pelo tribunal para remediar o que o juiz que supervisiona o caso considerou um monopólio ilegal nas pesquisas e na publicidade relacionada nos EUA, onde o Google processa 90% das buscas.

"O comportamento ilegal do Google privou os rivais não apenas de canais de distribuição essenciais, mas também de parceiros de distribuição que poderiam, de outra forma, permitir a entrada de concorrentes nesses mercados de maneiras novas e inovadoras", disseram o DOJ (sigla em inglês do Departamento de Justiça) e autoridades antitruste estaduais em um processo judicial na última quarta-feira.

Suas propostas incluem o fim de acordos exclusivos nos quais o Google paga bilhões de dólares anualmente à Apple e a outros fornecedores de dispositivos para tornar seu mecanismo de busca o padrão em seus tablets e smartphones.

O Google classificou as propostas de surpreendentes em uma declaração nesta quinta-feira.

"A abordagem do DOJ resultaria em uma interferência governamental sem precedentes que prejudicaria os consumidores, desenvolvedores e pequenas empresas norte-americanas -- e colocaria em risco a liderança econômica e tecnológica global dos Estados Unidos exatamente no momento em que ela é mais necessária", disse o diretor jurídico da Alphabet, Kent Walker.

As ações do Google foram negociadas em queda de cerca de 6% nesta quinta-feira.

O juiz distrital dos EUA, Amit Mehta, agendou um julgamento sobre as propostas para abril, embora o presidente eleito Donald Trump e o próximo chefe antitruste do DOJ possam intervir e mudar o curso do caso.

COMITÊ TÉCNICO

As propostas são abrangentes, incluindo a proibição do Google de reentrar no mercado de navegadores por cinco anos e a insistência para que ele venda seu sistema operacional móvel Android, caso outros remédios não consigam restaurar a concorrência.

O DOJ também solicitou a proibição ao Google de comprar ou investir em rivais de pesquisa, produtos de inteligência artificial baseados em consultas ou tecnologia de publicidade.

Editores e sites também teriam uma maneira de optar por não serem incluídos no treinamento dos produtos de IA do Google.

Um comitê técnico de cinco pessoas, nomeado pelo juiz, supervisionaria a conformidade com as propostas dos promotores. O comitê, que seria pago pelo Google, teria o poder de exigir documentos, entrevistar funcionários e se aprofundar no código do software, segundo o processo.

As medidas em conjunto têm o objetivo de romper "um ciclo de feedback perpétuo que fortalece ainda mais o Google" por meio de usuários, dados e dólares de publicidade adicionais, disseram os promotores.

O Chrome é o navegador mais usado no mundo e um pilar dos negócios do Google, fornecendo informações sobre o usuário que ajudam a empresa a direcionar anúncios de forma mais eficaz e lucrativa.

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