Governo apresenta projeto com hora mínima e contribuição previdenciária para motorista de aplicativo
Trabalho da categoria terá piso de R$ 32,09 por hora e alíquota de contribuição previdenciária de 27,5%, sendo 20% por conta dos empregadores, e 7,5%, dos trabalhadores, diz ministério
BRASÍLIA - A proposta de lei do governo federal para regulamentar o trabalho de motoristas de aplicativos trará um piso de R$ 32,09 por hora uma e alíquota de contribuição previdenciária de 27,5% (20% por conta dos empregadores e 7,5% dos trabalhadores), segundo informou o Ministério do Trabalho.
O conteúdo será anunciado na tarde desta segunda-feira, 4, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Projeto de Lei Complementar (PLC) será encaminhado ao Congresso. Se aprovado, entrará em vigor em até 90 dias depois da sanção.
A nova categoria foi denominada de "trabalhador autônomo por plataforma" e receberá uma remuneração de, ao menos, um salário mínimo (R$ 1.412). Esse valor de R$ 32,09 por hora do piso mínimo contempla R$ 8,02 por hora como remuneração básica e R$ 24,07 para cobrir custos de utilização, como celular, combustível e manutenção do veículo.
A contribuição para o INSS será em cima do valor de R$ 8,02 da hora, com alíquota de 7,5% para empregados e de 20% para empregadores. Com isso, as mulheres que atuam como motoristas nas plataformas terão direito ao auxílio-maternidade também.
O texto determina que o período máximo de conexão do trabalhador a uma mesma plataforma não poderá ultrapassar 12 horas diárias. Para receber o piso nacional, a jornada de trabalho deve ser de oito horas diárias efetivamente trabalhadas.
O trabalhador será representado por uma entidade sindical da categoria profissional "motorista de aplicativo de veículo de quatro rodas", responsável pelos acordos coletivos. O governo ainda não divulgou o texto final do projeto.
A regulamentação do trabalho de motoristas de aplicativo era promessa da campanha de Lula, mas a proposta apresentada pelo governo só contempla os profissionais que atuam no transporte de passageiros em veículos de quatro rodas. Como o Estadão/Broadcast mostrou, não houve consenso para a inclusão de entregadores neste mesmo texto.