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Governo central tem déficit fiscal de R$45,2 bi em junho, terceiro pior resultado para o mês

27 jul 2023 - 14h38
(atualizado às 16h02)
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O governo central registrou déficit primário de 45,223 bilhões de reais em junho, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, um forte recuo em relação ao superávit de 14,588 bilhões de reais do mesmo mês do ano passado, quando ganhos atípicos provocaram uma distorção na base de comparação dos dados. O déficit do governo central, que compreende o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social, no mês passado veio ligeiramente pior do que o rombo de 44,084 bilhões de reais projetado por analistas em pesquisa da Reuters. O resultado foi o terceiro pior para o mês na série histórica do Tesouro, iniciada em 1997, melhor apenas que os rombos no mesmo período em 2020 (243,7 bilhões de reais) e 2021 (84,8 bilhões de reais).

As receitas líquidas, já descontados os repasses a Estados e municípios, tiveram uma queda real de 26,1% sobre o mesmo mês do ano passado, para 145,3 bilhões de reais. A comparação foi fortemente impactada por ganhos do governo em junho de 2022 com a privatização da Eletrobras (27,5 bilhões de reais) e a distribuição de dividendos do BNDES (19,5 bilhões de reais).

"Do ponto de vista da receita, em junho teve uma queda expressiva, mas se olharmos as linhas de concessões e permissões e de dividendos e participações, elas explicam quase a totalidade da diferença de um exercício para o outro, em função das receitas da Eletrobras e da participação de dividendos do BNDES", disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

Em junho, ainda houve uma redução nos ganhos com Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido, explicados por mudanças na legislação tributária e também por pagamentos atípicos, informou o Tesouro.

Já as despesas totais aumentaram 4,9%, para 190,6 bilhões de reais, sob o impacto do aumento dos gastos com benefícios previdenciários, abono salarial e seguro desemprego, além do reajuste nos benefícios do Bolsa Família. O aumento desses gastos, segundo o órgão, também sofreu influência de mudanças nos calendários de pagamento do abono e do 13º a aposentados.

No acumulado do primeiro semestre do ano, as contas federais estão agora deficitárias em 42,509 bilhões de reais, resultado que está em linha com as expectativas do governo, segundo Ceron. Em 12 meses até junho, o saldo é negativo em 41,5 bilhões de reais. Em dados corrigidos pela inflação, o déficit corresponde a 0,41% do PIB.

O secretário do Tesouro disse que o mês de julho, ainda com dados preliminares, vem apresentando performance positiva na arrecadação. Ele reafirmou que está mantida a previsão da pasta de fechar 2023 com um déficit primário de aproximadamente 100 bilhões de reais.

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