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Governo central tem déficit primário de R$ 3 bi em fevereiro

Economia feita para o pagamento de juros acumula saldo positivo de R$ 9,876 bilhões nos dois primeiros meses do ano

27 mar 2014 - 15h13
(atualizado às 16h12)
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Receitas tributárias fracas combinadas com gastos elevados fizeram o governo central - formado pelo governo federal, Banco Central e Previdência Social - a registrar déficit primário em fevereiro, reforçando a largada ruim neste início do ano rumo ao cumprimento da meta de superávit primário.

Em fevereiro, o governo central registrou déficit primário de R$ 3,078 bilhões, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira. O resultado veio bem ruim em comparação ao superávit de R$ 12,9 bilhões apurado em janeiro, mas melhor que o déficit de 6,6 bilhões de reais em igual mês de 2013.

Nos dois primeiros meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros é de R$ 9,876 bilhões, 49,8% inferior aos R$ 19,669 bilhões registrados no mesmo período de 2013. Já a Previdência Social apresentou, no mês passado, déficit de R$ 2,580 bilhões, ainda segundo dados do Tesouro, acumulando no ano saldo negativo de R$ 7,1 bilhões.

Em fevereiro, as despesas do governo central atingiram R$ 68,354 bilhões, enquanto a receita líquida ficou em R$ 65,275 bilhões. No ano, os gastos do governo central somam R$ 158,5 bilhões, com alta de 15,5% em relação a igual período do ano passado, insufladas por despesas maiores com o pagamento de benefícios sociais, servidores e com a máquina pública.

No período, a receita totalizou R$ 168,342 bilhões, com aumento bem menos expressivo de 7,3%, atestando a fraqueza do caixa em 2014.

Com gastos elevados e receitas contidas, o Tesouro contou com dividendos das estatais de R$ 2,892 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 700 milhões da Caixa Econômica Federal.

As contas públicas estão sendo monitoradas com lupa diante do esforço do governo federal em melhorar a confiança. Para tanto, anunciou nova meta ajustada de superávit primário do setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais), de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Com dados fiscais fracos neste início de ano e altas obrigações a serem cumpridas, o governo vai aumentar tributos e parcelar impostos atrasados. Na segunda-feira, o governo sofreu um revés no esforço de recuperação da confiança, com o rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

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