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Governo cumpre a meta fiscal; o problema é que os números já não transmitem confiança

Secretário do Tesouro, Rogério Ceron diz que críticas são desproporcionais ao trabalho realizado pela Fazenda; cumprimento da meta teve pouco ou nenhum impacto nos mercados

30 jan 2025 - 17h31
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O governo Lula conseguiu cumprir a meta de resultado primário de 2024. Pelo menos nas planilhas e nas apresentações oficiais da equipe econômica. Segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira, 30, o déficit primário foi de apenas R$ 11 bilhões no ano, ou 0,1% do PIB, dentro da margem de tolerância da meta, que permite um déficit de até R$ 28 bilhões, ou 0,25% do PIB.

O problema é que esse indicador não está conseguindo transmitir confiança sobre o que de fato acontece com as contas públicas. Primeiro, no dado de 2024, é preciso considerar despesas com a calamidade do Rio Grande do Sul, o que faz o déficit piorar para R$ 43 bilhões. Se, do ponto de vista legal, o governo pode excluir o dado da meta, pelas boas práticas econômicas, essa despesa deveria ser contabilizada como qualquer outra.

Além disso, como explicou o economista Tiago Sbardelotto ao Estadão/Broadcast, algumas despesas que deveriam ter ocorrido em 2024 — como o pagamento de precatórios — foram antecipadas para 2023, o que ajudou a melhorar o número do ano passado.

Para Ceron, governo precisa avaliar falta de confiança que atinge não só economistas do mercado financeiro, mas especialistas em política fiscal em geral
Para Ceron, governo precisa avaliar falta de confiança que atinge não só economistas do mercado financeiro, mas especialistas em política fiscal em geral
Foto: Marcelo Chello/Estadão / Estadão

Já pelo lado das receitas, houve a entrada de recursos chamados de "não recorrentes", ou seja, que não deve se repetir. Pelas contas do economista, R$ 87 bilhões ganharam essa classificação, como o pagamento de dividendos por estatais, e a tributação de fundos exclusivos, entre outros.

Questionado sobre essa falta de confiança que atinge não só economistas do mercado financeiro, mas especialistas em política fiscal em geral, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que isso precisa ser avaliado pelo governo, para melhorar o diálogo e a comunicação com esses agentes, mas entende que há críticas "desproporcionais" ao trabalho que vem sendo feito pela pasta.

Citou, por exemplo, os programas Pé-de-Meia e Auxílio Gás, que ficaram de fora do Orçamento, mas que depois entraram em discussão pela pasta, para corrigir o problema. Ele disse que, nesses casos, os volumes de gastos eram pequenos, na casa dos bilhões de reais, em relação às despesas totais do governo, que passam de R$ 2 trilhões.

O governo cumpriu a meta de 2024, mas houve pouco ou nenhum impacto nos mercados. Além de voltar para o azul, a equipe econômica terá que superar a crise de confiança que atinge os seus próprios indicadores.

Estadão
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