Apesar da baixa concorrência do primeiro leilão do pré-sal, no qual apenas cinco empresas que formaram um único consórcio apresentaram proposta, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão e a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Magda Chambriard, apresentaram o mesmo discurso de que o certame foi um sucesso, e negaram haver qualquer tipo de frustração pelo fato de que não houve disputa para a autorização para a exploração do campo de Libra, na bacia de Santos, por 35 anos.
Lobão pontuou que era necessário apenas um vencedor, e que garantisse ao governo um bom retorno. Nessa linha, destacou o bônus de R$ 15 bilhões proposto pelo consórcio, que segundo ele, é o maior já pago no mundo; e também mencionou o retorno em royalties, impostos e demais encargos que as empresas responsáveis por Libra terão que desembolsar,
“Entendo que o leilão foi coroado de êxito. O que era preciso é que houvesse um ganhador. Vamos receber R$ 15 bilhões de bônus e teremos até 70% de rendimentos para a União, através da devolução de óleo, royalties, e outros encargos”, afirmou, em entrevista coletiva após o leilão.
“Algumas das maiores empresas de energia do mundo estão entre as companhias que compõem o consórcio”, salientou Magda Chambriard. Para ela, a disputa em torno de Libra ocorreu num momento anterior ao leilão, quando as empresas discutiram e negociaram a participação no consórcio. Onze empresas se qualificaram para o leilão, e segundo a diretora da ANP, todas conversaram entre si, buscando a formação de consórcios fortes.
“O consórcio vencedor tem cinco empresas, entre as quais as de maior de valor de mercado de energia do mundo. Três estatais e duas europeias. Sucesso maior do que esse é difícil imaginar”, comentou.
Diante deste discurso otimista, Lobão negou com veemência a hipótese de qualquer mudança significativa nos próximos leilões do pré-sal, especialmente em relação ao modelo de partilha. Magda ressaltou que todas as empresas que integram o consórcio vencedor já trabalham com contratos deste tipo ao redor do mundo.
“Não considera hipótese de mudar. Estamos satisfeitos. No leilão, pode haver ajustes no edital. A lei tem que ser permanente”, observou Lobão.
Manifestantes recuam com a ofensiva da Força Nacional:
Sobre o futuro dos leilões, o ministro praticamente descartou uma nova rodada para a camada pré-sal em 2014. Magda Chambriard, inclusive, pontuou que não se “sente confortável” em sugerir um novo leilão para o ano que vem, diante dos estudos que a ANP têm. Sobre a abertura de uma nova concorrência em áreas fora do pré-sal, a possibilidade será estudada pelo governo, informou Lobão.
No leilão de Libra, a ANP apresentou uma estratégia inédita em leilões no Brasil. Apresentou um estudo com certificações a respeito das reservas estimadas da área, que variam de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Magda Chambriard não descartou que essa estratégia possa ser usada novamente, mas ponderou que o momento exigia que uma comprovação fosse apresentada.
“Pode ser interessante ou não continuar com essa ação. Este primeiro momento é de comprovação do pré-sal. O mundo queria ter certeza disso. É como chamar investidores para investir sem comprovação maior. Os resultados estão aí. De agora em diante, vamos analisar se isso é necessário ou não”, declarou a diretora.
Ministro minimiza protesto
Lobão minimizou o protesto realizado nas imediações do hotel onde o leilão foi realizado, no qual foram registrados confrontos que deixaram pessoas feridas. Ele disse que todos têm o direito de se manifestar. Mencionou que já ter presenciado diversas manifestações no exterior, em países democráticos.
“O Brasil é país democrático, e se orgulha disso. Cada qual tem o direito de se manifestar. Isso não complica, não nos impede em cumprir nosso dever com o povo brasileiro”, afirmou.
Sobre a presença de trabalhadores da indústria do petróleo no protesto, Magda Chambriard ponderou tratar-se de uma minoria. Ela ressaltou que houve audiências públicas para a realização do leilão, nas quais todos tiveram direito de se manifestar.
“Centenas de milhares trabalham na indústria do petróleo. Poucos participaram do protesto”, completou a diretora.
Manifestantes mostra as costas atingidas por balas de borracha lançadas por policiais durante confronto
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Manifestantes fazem caminhada e protesto próximo à sede da Petrobras, no centro da cidade, após o leilão do Campo de Libra
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Eles se juntaram ao grupo de petroleiros grevistas que está acampado com barracas em frente à sede da empresa e seguiram para a Cinelândia
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Manifestantes são abordados por policiais militares durante protesto no Rio
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
O grupo fechou ruas durante o protesto, acompanhado de perto pela Polícia Militar
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Homem ferido em confronto com a polícia é carregado por outros manifestantes
Foto: Reuters
Manifestantes tentam se proteger de ataque da polícia durante manifestação na Barra da Tijuca
Foto: Reuters
Homem ferido durante confronto recebe ajuda de outros manifestantes no Rio de Janeiro
Foto: Reuters
Homem da Força Nacional atira contra manifestantes que protestam contra leilão do pré-sal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro
Foto: AFP
Manifestantes quebram vidros de carro de reportarem
Foto: André Naddeo / Terra
Força Nacional atira balas de borracha contra os manifestantes
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestante corre de bomba de gás lacrimogênio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes levaram bombas de forças sindicais e partidos políticos
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Com luva, manifestante joga bomba de gás lacrimogênio de volta na direção da polícia
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes viraram carro da Record
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestante grita contra policiais durante conflito na Barra da Tijuca, no Rio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Forças de segurança caminham na direção dos manifestantes
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Soldados da Força Nacional atiram bombas contra os manifestantes na Barra da Tijuca
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes viraram carro da Record na Barra da Tijuca
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Policiais e manifestantes entraram em conflito por volta das 11h desta segunda-feira, três horas antes do início previsto do leilão
Foto: AFP
Mulher fotografa soldados da Força de Segurança Nacional em formação na Barra da Tijuca
Foto: EFE
Polícia usou gás lacrimogênio contra manifestantes que se opõem ao leilão do Campo de Libra
Foto: Reuters
Manifestantes ficaram caídos no chão para desviar de ataques da Força Nacional, que faz a segurança do leilão do pré-sal
Foto: Reuters
Manifestantes tentam fugir de gás lacrimogênio usado pela polícia
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Manifestantes tentaram impedir a passagem de um carro oficial na área restrita onde será o leilão
Foto: Reuters
Manifestantes encaram seguranças na rua em frente em o Windsor Hotel Barra, onde ocorrerá o leilão a partir das 14h
Foto: AFP
Com o feriado no Rio de Janeiro, banhistas foram à praia, mesmo com as manifestações
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Banhista toma sol enquanto a Força Nacional faz a segurança na praia da Barra da Tijuca
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Minifestação ainda era pacífica por volta das 9h da manhã desta segunda
Foto: AFP
Homens da Força Nacional que trabalham na segurança do primeiro leilão do pré-sal ocuparam faixa de areia da praia carioca
Foto: Reuters
Manifestante passa junto à linha da Força Nacional na praia com bandeira invocando luta de trabalhadores
Foto: Reuters
Homens da Força Nacional fecharam o entorno do hotel onde será o leilão, o que inclui um pedaço da praia da Barra da Tijuca
Foto: AFP
Banhistas conversam com policiais que bloqueiam um trecho da praia da Barra da Tijuca
Foto: AFP
Segurança inclui patrulhamento naval
Foto: Reuters
Soldados se posicionam ao longo da praia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro
Foto: Reuters
Homens da Força de Segurança Nacional tomam a praia da Barra da Tijuca
Foto: AFP
Manifestante protesta diante de militares no Rio de Janeiro
Foto: AFP
Soldados observam a marcha de manifestantes na capital fluminense
Foto: AFP
Manifestantes chutaram a parada de ônibus e destruíram as paredes laterais
Foto: André Naddeo / Terra
Homem tenta respirar após a polícia atirar gás lacrimogênio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes atiraram pedras contra a Força Nacional
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes foram com bandeiras em frente ao hotel onde será realizado o leilão
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Mascarados utilizaram luvas para jogar bombas de volta para a polícia
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestante corre de bomba de gás lacrimogênio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes destroem carro da Record
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes destroem barreiras
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes destroem barreiras
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes atacam as forças de segurança
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Curiosos se protegem num quiosque do gás e balas de borracha atirados pela Força Nacional
Foto: André Naddeo / Terra
Skatista passou entre manifestantes e policiais durante conflito
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Durante protesto, pedras viraram armas de manifestantes para rebater balas de borracha das forças policiais
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes usavam lenços e camisas sobre o nariz e a boca para se protegerem do gás de efeito moral
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Folhas de metal que separavam área do leilão foram usadas como escudo contra balas de borrachas da Força Nacional
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Placa de trânsito virou escudo de um dos manifestantes durante conflito
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Enquanto Força Nacional atacava com bombas de efeito moral e balas de borracha, manifestantes atiravam pedras
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes usaram folhas de metal como proteção e atiraram pedras à polícia durante conflito
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Com camisetas cobrindo os rostos, manifestantes tentam se proteger ao mesmo tempo em que atiram pedras
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestante cobre o rosto com a bandeira do Brasil e olha conflito de longe
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Gás atirado pela polícia invade local de proteção dos manifestantes
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Enquanto madeiras queimam no chão, manifestante atira pedra em direção às forças de segurança
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes carregavam bandeiras do Brasil durante conflito com a Força Nacional
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Manifestantes entraram em conflito com a Força Nacional no início da tarde
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Homem observa a Força Nacional protegendo o local onde o leilão foi realizado
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Mulheres tomam sol enquanto a Força Nacional faz a segurança da praia na Barra da Tijuca
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Soldados da Força Nacional enfrentam manifestantes
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Força Nacional forma linha na praia da Barra da Tijuca
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Homens jogam futebol em frente aos soldados da Força Nacional
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O consórcio formado pelas empresas Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobras foi o vencedor da 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal e terá o direito a explorar e produzir o petróleo da área de Libra, na Bacia de Santos