Governo quer retomar imediatamente negociações para reforma da Previdência, diz Padilha
O governo planeja retomar ainda nesta semana as negociações sobre a reforma da Previdência, e tentar colocar o tema em pauta nas próximas semanas de forma a garantir votação na Câmara neste ano, afirmou na noite de terça-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
"O governo quer ter essa condição (de votar esse ano). Claro que depende a partir de agora da disposição da mesa da Câmara, o presidente Rodrigo Maia vai conduzir esse processo", disse Padilha ao sair de um jantar na casa do deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) com a presença do presidente Michel Temer.
Padilha admitiu, como já tinha feito o próprio presidente, que o governo pode não votar a reforma completa, como gostaria, mas defendeu a aprovação de uma reforma "possível".
"Tem que se fazer a ideal. Não se fazendo a ideal, tem que se fazer a possível. Essa nós vamos discutir com a Câmara. O Parlamento vai dizer qual é a possível. Nós temos um ponto de partida, que é o relatório do deputado Arthur Maia", afirmou o ministro.
O governo já admite votar apenas os pontos centrais da reforma: idade mínima, regra de transição e equiparação entre servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
Mesmo entre parlamentares governistas a votação da reforma este ano é vista como dúvida, especialmente pela indicação de que a base de apoio a Temer diminuiu consideravelmente após a apresentação de denúncias pela Procuradoria-Geral da República contra Temer.
Mesmo que consiga 270 votos na votação da segunda denúncia na Câmara nesta quarta-feira, como prevê o governo, este número fica muito abaixo dos 308 necessários para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição -- caso da reforma da Previdência.
Padilha, no entanto, afirma que a correlação entre os números não pode ser feita.
"Vamos ter deputados que votam agora com uma determinada característica e depois os que votam com outra característica. Devemos ter bancadas divididas agora e que nas reformas votarão na plenitude ou semiplenitude com o governo", disse.