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Governo reduz a 0,90% previsão de crescimento do PIB em 2014

Previsão anterior era de que a economia do País tivesse alta de 1,8% neste ano

22 set 2014 - 18h02
(atualizado às 20h00)
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O governo federal reduziu pela metade sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 para 0,90%, ante 1,8% na previsão anterior, de acordo com o relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Planejamento.

Moedas de Real fotografadas no Rio de Janeiro. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 foi reduzida a 3,8 por cento, ante 4 por cento, no texto do Orçamento que será votado pelo Congresso Nacional nesta terça-feira, enquanto a estimativa de inflação foi a 5,8 por cento, acima dos 5 por cento esperados até então. 15/10/2010
Moedas de Real fotografadas no Rio de Janeiro. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 foi reduzida a 3,8 por cento, ante 4 por cento, no texto do Orçamento que será votado pelo Congresso Nacional nesta terça-feira, enquanto a estimativa de inflação foi a 5,8 por cento, acima dos 5 por cento esperados até então. 15/10/2010
Foto: Bruno Domingos / Reuters

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A estimativa para o desempenho da economia este ano, apesar da revisão para baixo, é muito melhor do que a projeção dos agentes econômicos ouvidos para o Boletim Focus do Banco Central, de crescimento de 0,3%.

No relatório, elaborado também pelo Ministério da Fazenda, o governo manteve a previsão para a inflação deste ano em 6,20% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ante estimativa do Boletim Focus de 6,3%.

A estimativa para receita líquida total foi reduzida em R$ 10,5 bilhões, para R$ 1,084 trilhão neste ano, mesmo com o governo elevando em R$ 1,5 bilhão a previsão das receitas com dividendos. "Houve queda em praticamente todas as projeções dos tributos", relata o documento.

Para compensar parcialmente a queda na estimativa de receita, o governo disse que irá sacar R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano do Brasil (FSB).

Com isso, a queda efetiva na projeção de receita passou a R$ 7,041 bilhões, valor que foi compensando com corte similar nas despesas primárias obrigatórias, que passaram a R$ 667,7 bilhões.

Os maiores cortes nas previsões de despesas ocorreram nas transferências do Tesouro Nacional para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cujas dotações caíram para R$ 9 bilhões, ante R$ 13 bilhões previstos anteriormente, e nos subsídios, cortados em R$ 3 bilhões.

Num cenário marcado por arrecadação tributária estagnada, elevado peso das renúncias tributárias e baixos resultados fiscais entre janeiro e junho, o relatório das contas do governo não faz referência ao cumprimento da meta de 2014 de superávit primário de R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em 12 meses encerrados em julho, essa economia para o pagamento dos juros da dívida pública estava em apenas 1,22% do PIB, indicando a grande dificuldade do governo em atingir o alvo.

A deterioração das contas públicas e o baixo crescimento da economia levaram a agência de classificação de risco Moody's a alterar a perspectiva de rating soberano do Brasil de "estável" para "negativa", numa ameaça de rebaixamento da nota de crédito soberano do País

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