Governo terá mão firme para que recuo no combustível chegue ao consumidor, diz ministro
A Petrobras anunciou uma mudança na sua estratégia de preços, deixando de seguir a paridade de importação
Órgãos reguladores fiscalizarão o repasse da queda nos preços de combustíveis, para garantir que chegue ao consumidor, disse Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, nesta quarta-feira.
Ele disse que realizou reuniões com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para que haja fiscalização de todos os elos da cadeia, da comercialização e distribuição aos postos de gasolina.
"Nós teremos a mão firme para que o preço chegue na bomba", disse ele em entrevista ao programa de rádio A Voz do Brasil.
A Petrobras disse que implementaria a partir desta quarta-feira reduções de 12,6% e 13% nos preços de gasolina e diesel, respectivamente, aos distribuidores. A companhia também anunciou corte de 21,4% no preço do GLP, o gás de cozinha.
As medidas vieram após a petrolífera de controle estatal anunciar na véspera uma mudança na sua estratégia de preços, deixando de seguir a paridade de importação. O movimento era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Silveira ainda ecoou o discurso de membros do governo a favor do corte de juros pelo Banco Central (BC). O ministro pediu que a população "ajude a sensibilizar o BC" e disse esperar que a redução nos preços de combustíveis se reflita na economia, para que a autarquia possa dar uma resposta e diminuir os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, prevista para 20 e 21 de junho.
Atualmente, a Selic, taxa básica de juros do país, está em 13,75% ao ano, e há uma expectativa no governo que uma menor inflação, ajudada pela nova política de combustíveis da Petrobras, favoreça uma potencial queda da taxa mais rapidamente.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse nesta quarta-feira que a abordagem proativa da política monetária no Brasil foi oportuna e tem dado resultado, mas que o processo está agora em uma fase na qual a redução da inflação é mais lenta, ressaltando que o Brasil enfrenta desafios para consolidar a desinflação.