Greve dos caminhoneiros pressiona CCR no 2º trimestre
A greve dos caminhoneiros de maio no Brasil fez o lucro da CCR encolher mais do que a metade no segundo trimestre, em meio à queda no tráfego das rodovias administradas pela empresa e aos efeitos subsequentes da isenção da cobrança de eixos suspensos.
A operadora de concessões de infraestrutura, incluindo rodovias, aeroportos e estruturas de mobilidade urbana, anunciou nesta terça-feira que seu lucro líquido no período somou 277,7 milhões de reais, queda de 58,4 por cento contra um ano antes.
Em termos ajustados, sem a inclusão de novos negócios e efeitos não recorrentes, o lucro somou 300,9 milhões de reais, retração de 5,2 por cento ano a ano.
No segundo trimestre do ano passado, o resultado da empresa tinha sido fortemente fortalecido por receitas extras após a compra de participações nas concessionárias ViaQuatro e ViaRio.
Mesmo com a queda de 5,5 por cento do tráfego das rodovias de abril a junho, a receita líquida da CCR teve alta anual de 1,7 por cento. No entanto, o resultado operacional da companhia no período medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou 1,07 bilhão de reais, declínio de 34,3 por cento contra um ano antes.
Ajustando por efeitos extraordinários, o Ebitda cresceu 1 por cento, para 1,09 bilhão de reais. A margem Ebitda nesta medição diminuiu 0,4 ponto percentual, para 58,3 por cento.
Segundo o gerente de relações com investidores da CCR, Marcus Macedo, só a isenção da cobrança de eixo suspenso de caminhões vazios, na virada de maio para junho, reduziu a receita da companhia em 25,9 milhões de reais no trimestre.
De acordo com o executivo, a compensação desses valores está sendo negociada com governos donos das concessões das rodovias para as quais a isenção foi decidida, por isso ainda esses valores não foram contabilizados.
A CCR fechou junho com uma alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida sobre Ebitda de 2,7 vezes, nível superior ao índice de 1,8 vez um ano antes.
Macedo disse que a CCR deve participar de pelo menos mais duas licitações ainda em 2018, um da operação da Linha 15 do metrô, em São Paulo, e outra de um rodovia no Sul do país.