Grupo de Abu Dhabi investe US$ 2 bi em empresas de Eike Batista
A Mubadala Development Company, empresa de Abu Dhabi (capital dos Emirados Árabes Unidos), comprou 5,63% da Centennial Asset Brazil Equity Fund LLC e outras holdings offshore do empreendedor Eike Batista, de acordo com informações da assessoria de imprensa do grupo EBX divulgadas nesta segunda-feira. O investimento inicial será de US$ 2 bilhões.
De acordo com a assessoria, os recursos serão usados para reforçar a estrutura de capital do grupo e suportar o desenvolvimento de novos negócios. O investimento inclui participação indireta tanto nas empresas de capital aberto do grupo (OGX, OSX, MMX, LLX e MPX) como também nas de capital fechado, como AUX, REX e IMX, diz a assessoria.
Segundo Khaldoon Khalifa Al Mubarak, presidente e diretor da Mubadala, a parceria é um elemento-chave da estratégia de investimento e desenvolvimento da empresa e a operação marca o primeiro significativo investimento direto no mercado brasileiro e latino-americano.
O investimento de Abu-Dhabi, na primeira vez que o grupo de empresas de Eike convida um parceiro estratégico para investimento na holding, implica em atribuição de um valor de US$ 35,5 bilhões para o EBX.
O grupo de Abu- Dhabi, criado em 2002, atua em uma série de segmentos desde aeroespacial a infraestrutura e saúde, tendo investimentos em conglomerados como General Electric e Carlyle.
A injeção de recursos na EBX é "inicial" porque a parceria estratégica dos dois grupos cria "arcabouço e plataforma para colaboração adicional entre as duas organizações em áreas de interesse mútuo", segundo o grupo brasileiro.
O investimento da Mubadala, a primeira injeção direta e significativa de recursos do grupo de Abu-Dhabi no Brasil, ocorrerá via Centennial Asset Brazil Equity Fund, veículo de investimento de Batista.
Antes da parceria estratégica com a Mubadala, palavra em árabe para "troca", as empresas de Batista acertaram acordos de investimentos com outros grupos internacionais, como a sul-coreana SK Networks e a chinesa Wuhan Iron and Steel.
Empresas fortalecidas
Para o analista da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa, o aporte é um sinal positivo para as empresas de Eike Batista. "Um investidor estrangeiro pagando caro pela empresa mostra que o grupo está com credibilidade. Sai fortalecido."
Rafael Andreata, analista de investimentos da Planner, disse queapesar da notícia ser positiva, não há impacto imediato nas subsidiárias da EBX, já que o aporte foi feito apenas na holding. "Os recursos criam um colchão que aliviam uma possibilidade de crise de crédito, e também mostram credibilidade, com um grande grupo fazendo um aporte dessa magnitude", disse ele.
Para Lucas Brendler, analista do banco de investimento Geração Futuro, o alto valor do aporte significa também a perspectiva de valorização das empresas de Eike Batista, com os novos negócios da companhia.
Ações
As ações das empresas controladas pela EBX tiveram alta nesta segunda-feira, com exceção da OGX, braço de petróleo do grupo. No fechamento, a ação da mineradora MMX encerrou com a maior alta entre as companhias do grupo, de 5,03%. MPX Energia subiu 1,35%, enquanto OSX ganhou 0,94%. A LLX terminou com alta de 0,81%. Já a OGX, que chegou a subir 1,23% na máxima do dia, perdeu 2,40%.
Segundo o analista da Planner, a queda da OGX ainda refletia o balanço da companhia, divulgado em teleconferência na sexta-feira. Na ocasião, a empresa divulgou que seu principal campo, o de Waimea, produz em média 12 mil barris diários, volume menor que os 15 mil barris/dia estimados anteriormente pela companhia.
Com informações da Reuters.