Grupo Handz, dono da Gocil, entra com pedido de recuperação judicial de R$ 1,76 bilhão
Em nota, grupo diz que 'crescimento da taxa de juros e os efeitos da pandemia' levaram às medidas para reestruturação do negócio
O Grupo Handz entrou com um pedido de recuperação judicial de R$ 1,76 bilhão no Tribunal de Justiça de São Paulo na última sexta-feira, 29. O conglomerado empresarial é composto por empresas do agronegócio e da segurança e vigilância, como a Gocil.
Em nota enviada ao Estadão, o grupo coloca que o crescimento da taxa de juros e os efeitos da pandemia fizeram com que houvesse a antecipação de medidas para prever a manutenção de caixa e a reestruturação adequada dos negócios pela via judicial.
O pedido de recuperação busca preservar o emprego de "20 mil colaboradores diretos e 50 mil indiretos, a perfeita continuidade da manutenção de seus serviços e seus clientes, além do total, pontual e perfeito compromisso com os funcionários, fornecedores, parceiros comerciais e ex-colaboradores", diz o grupo em nota.
O conglomerado ainda ressaltou que a readequação da empresa será realizada com todos os credores, mantendo a "transparência e ética".
Trajetória
A Gocil, considerada uma das maiores empresas de segurança do País, foi fundada há 38 anos pelo empresário Washington Cinel. Depois de ser engraxate em Reginópolis, cidade próxima a Bauru, Cinel entrou na Polícia Militar em 1978. A Gocil foi fundada a partir de uma ocorrência policial, segundo o empresário costumava contar: foi escalado para investigar um atentado contra a afiliada da Rede Globo em Bauru, e acabou contratado para fazer a segurança da emissora.
Começou o negócio com 7 vigilantes e chegou a mais de 20 mil. O empresário também é dono da Cinel Alimentos, que comprou a Broto Legal, em 2018. Também tem produção de arroz no Paraguai e é criador de gado, com a Brangus Brasil, além de arrendar terras para a produção de cana, na região de Bauru.