Guerra Rússia e Ucrânia: Relembre os principais acontecimentos
Em 24 de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início ao maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, conforme relatam alguns historiadores. Desde então, o conflito se estende até hoje, ou seja, mais de 300 dias de guerra. Nesse período, dezenas de pessoas morreram e milhões de ucranianos fugiram do seu país […]
Em 24 de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início ao maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, conforme relatam alguns historiadores. Desde então, o conflito se estende até hoje, ou seja, mais de 300 dias de guerra.
Nesse período, dezenas de pessoas morreram e milhões de ucranianos fugiram do seu país em busca de segurança, e a Ucrânia sofreu uma série de danos e prejuízos.
Quando a Rússia invadiu, muitos previam que seria um conflito rápido, até mesmo improvável. Porém, transformou-se em uma guerra longa, causando consequências para o mundo todo, sobretudo para a Europa.
Desse modo, estações de trem, maternidades, hospitais, prédios residenciais e outras infraestruturas civis da Ucrânia foram destruídos. Os dois países protagonistas da guerra passaram a se acusar de crimes de guerra, e o mundo inteiro passou a conviver com uma ameaça nuclear sem precedentes desde a Guerra Fria.
Ao longo desse período, o conflito resultou em uma série de consequências, sejam elas migratórias, econômicas, territoriais, além de colocar milhares de vidas em ameaça. A BM&C News fez uma cobertura completa, com imagens, mapas, textos, entrevistas e muito mais. Confira alguns desses momentos registrados, e entenda porque ela se estende por tanto tempo.
Início da guerra
No dia 24 de fevereiro, a Rússia enviou tropas militares para Kiev, Mariupol e Odessa em uma invasão-relâmpago. Assim, deu-se início a maior guerra na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, muitos acreditavam a Rússia, rapidamente, conquistaria o território ucraniano. No entanto, as coisas não aconteceram assim.
Rotas de escoamento de trigo e cevada na Ucrânia foram interrompidas pelos soldados russos. Além disso, houve ataques na antiga usina nuclear de Chernobyl e na zona portuária de Odessa, no Sul.
Nesse sentido, em resposta aos ataques, dois dias após o início do conflito, os Estados Unidos e outros países que compõem a Otan disseram ao presidente Volodmir Zelenski para deixar o país.
O presidente ucraniano, no entanto, não aceitou o pedido, decidiu resistir e seguiu pressionando o Ocidente a apoiá-lo, encorajando as tropas ucranianas.
Após os primeiros ataques, milhares de ucranianos deixaram o país. Agora, com mais de 300 dias de conflito, o alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) estima que 7,8 milhões de ucranianos estão refugiados em algum país da Europa devido à guerra.
Negociações fracassaram
Tentativas de diálogos e negociações entre a Rússia e a Ucrânia marcaram o início do conflito, com o Ocidente intermediando, para assim, chegarem em um acordo e dar um fim à guerra. Contudo, todas as tentativas fracassaram.
Em 10 de março, a Rússia assumiu o controle de Kherson, cidade-chave no sul da Ucrânia, e os soldados russos bombardearam diversas outras regiões. Embora o contexto do conflito em geral estivesse mais favorável à Rússia, a Ucrânia não aceitou as condições do Kremlin, e o fracasso das negociações prenunciou que a guerra - ao contrário do que se esperava - seria longa.
Mudança de foco da Rússia
Com todo o apoio do Ocidente conquistado e a resistência de Kiev, as sanções contra a Rússia foram ampliadas. Portanto, os russos foram forçados a mudarem a estratégia.
A capital ucraniana ficou em segundo plano, passando a focar no leste da Ucrânia, onde os conflitos entre forças pró-Russia e o exército ucraniano já estavam em curso desde a anexação da Crimeia. Isso tornou a guerra mais lenta e deu mais tempo ao Ocidente para enviar armas sofisticadas à Ucrânia, cruciais para resistir às ofensivas russas.
Ucrânia inicia contraofensiva
Com os avanços russos, a Ucrânia seguiu recebendo armas ocidentais sofisticadas e a treinar seus soldados para utilizá-las, superando uma dificuldade inicial da guerra. A Ucrânia preparou uma contraofensiva para recuperar território antes do inverno no Hemisfério Norte ao perceber o avanço lento dos russos.
Desse modo, a contraofensiva resultou na recuperação de parte dos territórios do leste e do sul da Ucrânia. Em resposta, o presidente Vladimir Putin convocou 300 mil soldados reservistas em 21 de setembro e iniciou uma crise interna. Milhares de russos protestaram e fugiram do país para não irem à guerra.
Anexação de 4 regiões
No dia 5 de outubro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, incorporou formalmente mais de 15% do território da Ucrânia ao russo. As leis que anexam as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia foram aprovadas pelo parlamento russo e, em seguida, assinadas por Putin.
Assim como ocorreu com a Crimeia, a anexação foi considerada ilegal pela comunidade internacional.
Ucrânia reconquista Kherson
Em agosto, a Ucrânia organizou a contraofensiva recuperando diversas áreas de seu território, entre elas, a reconquista de Kherson, no Sul. Que desde o início de março estava sob domínio russo. Vale destacar que Kherson possibilita uma ligação entre a Rússia e a península da Crimeia, facilitando a logística de guerra. A reconquista de Kherson foi considerada pelo presidente ucraniano como um dia histórico.
Nesse contexto, todas as perdas foram respondidas pela Rússia, atacando as infraestruturas civis ucranianas, sendo assim, dificultando o fornecimento de energia no momento em que o inverno do Hemisfério Norte teve início.
Portanto, os russos acreditam que o inverno é um fator crucial para pressionar a Ucrânia a aceitar as anexações territoriais e outras condições. No entanto, a Ucrânia declara que irá seguir com as contra ofensivas até recuperar todo o seu território, incluindo a Crimeia, e continua a receber armas ocidentais.
Após quase 10 meses de guerra, o ritmo do conflito se tornou mais lento, tendo em vista que ambos os lados sofrem com perdas substanciais e ataques violentos que põem em xeque a vida de civis.