Haddad defende arcabouço fiscal, apesar de citá-lo como 'maior preocupação' do governo
O ministro também afirmou que é possível que a Fazenda reveja para cima, mais uma vez, a expectativa para o PIB deste ano
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a importância do arcabouço fiscal e a necessidade de cumprir as metas do governo, apesar das dificuldades.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou claro ser a favor da dinâmica do arcabouço fiscal, apesar do mecanismo estar no topo das preocupações do governo. Em evento do Itaú BBA, nesta segunda-feira, 14, Haddad explicou que, no médio prazo, pode se tornar ainda mais difícil cumprir o arcabouço, mesmo sendo necessário.
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"Quando um analista isento, sem paixões, olha para as contas públicas, ele fala: 'Olha está difícil enxergar como a soma das partes vai caber dentro de um todo. A impressao é que daqui alguns anos, a soma das partes não vai caber no arcabouço fiscal", disse.
O ministro complementou que, se a reoneração da folha de pagamentos tivesse sido aprovada como proposto pelo governo, a questão do arcabouço fiscal estaria resolvida.
"Nós tivemos aquele revés no senado em relação a desoneração da folha, custa em torno de 40 bilhões de reais. Então se aquele medida tivesse sido aprovada, nós não estaríamos discutindo arcabouço fiscal. Teríamos 40 bi em caixa e o problema resolvido", disse Haddad, que acrescentou que cumprir a meta é "o que está presidindo nossas preocupações este ano".
Apesar do descontentamento, Haddad defendeu que o arcabouço fiscal não deve ser alterado. "A arquitetura do arcabouço faz sentido. Defender essa arquitetura é o caminho do sucesso para o grau de investimento", afirmou ao comentar sobre a elevação do rating feito pela Moody's.
Para o ministro, até 2026, o Brasil estará no grau de investimento pelas agências internacionais.
Projeção do PIB deve aumentar
Haddad começou o evento comentando o desenvolvimento da economia brasileira no último ano de um modo geral. Para ele, a inflação está caminhando bem, considerando os eventos pelos quais o país passou, como a tragédia climática no Rio Grande do Sul e a atual seca.
"Mesmo com esses choques [de demanda] todos, a gente está discutindo se a inflação vai ficar dentro do teto ou não", disse.
O ministro acrescentou que é possível que a Fazenda atualize a projeção de crescimento do PIB mais uma vez, ainda este ano, para cima. Atualmente, a expectativa é de que a economia brasileira cresça 3,2%.