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Haddad diz que, após reforma tributária sobre consumo, governo vai discutir impostos sobre folha

Segundo o ministro, intenção é facilitar as contratações sem prejudicar os trabalhadores

13 mar 2023 - 17h38
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BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 13, que após a primeira fase da reforma tributária, que trata dos tributos sobre o consumo e cria o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), o governo pretende discutir uma reforma sobre a renda e os tributos que incidem sobre a folha de pagamentos.  A declaração foi feita após palestra na 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

"A equipe do Appy está trabalhando em alternativas [em relação à tributação da folha de pagamentos]. A ideia é criar mecanismos para a formalização do trabalho. Há muitas falhas no mercado de trabalho em virtude dos tributos. Nós queremos facilitar a contratação sem prejudicar o trabalhador", disse o ministro.

A desoneração da folha de pagamentos é uma demanda do setor de serviços, que também defende a recriação da CPMF - já descartada pelo governo, disse Haddad mais cedo.

"Compreendo os problemas apresentados pelos setores de saúde e de educação. Esse tema está sendo trabalhado pela equipe do Appy. Se o Brasil não crescer e a gente não buscar justiça tributária, vamos continuar patinando. Com a exportação de tributos, estamos condenados a vender grãos e minério", disse.

Haddad defendeu que reformas são necessárias para atrair investimentos
Haddad defendeu que reformas são necessárias para atrair investimentos
Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO / Estadão

O ministro da Fazenda ainda afirmou que as pressões dos prefeitos da FNP, que alegam que terão perda de arrecadação com a criação do IVA, são naturais. Segundo ele, somente o fato de ter sido convidado para o evento para debater o assunto é um "bom sinal".

"Deixo o recinto na esperança de mantermos diálogo. Ninguém consegue convencer um empresário estrangeiro a investir aqui com esse sistema tributário e com essa taxa de juros. É preciso ousadia com responsabilidade, ninguém quer salto no escuro. Queremos uma reforma robusta e com horizonte de planejamento.

Estadão
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