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Haddad diz que 'câmbio é flutuante' e 'vai se acomodar', e dólar volta a atingir casa dos R$ 6,20

Segundo o ministro, as previsões de câmbio para 2025, nas conversas com as grandes instituições, 'são melhores do que as dos especuladores'

18 dez 2024 - 15h16
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BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 18, que a taxa de câmbio do Brasil está pressionada por um clima de incerteza, mas que deve se acomodar à frente. Haddad reforçou que o câmbio é flutuante e que tanto o Banco Central como o Tesouro têm agido para estabilizar o mercado.

Após a fala de Haddad, a moeda americana, que já vinha em tendência de alta durante o dia, subiu ainda mais e voltou a ultrapassar a barreira dos R$ 6,20 - atingiu R$ 6,2004 às 14h36, uma alta de 1,71%.

Segundo Haddad, nesse momento o importante é olhar os fundamentos
Segundo Haddad, nesse momento o importante é olhar os fundamentos
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

De acordo com o ministro, as previsões de grandes instituições financeiras para a inflação indicam uma melhora do cenário. "A previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio para o ano que vem, até aqui, nas conversas com as grandes instituições, são melhores do que as que os especuladores estão fazendo", disse.

Indagado sobre a possibilidade de o Brasil estar sofrendo com uma especulação contra o real, o ministro afirmou que o ideal é "olhar os fundamentos." Movimentos especulativos são coibidos com intervenções do Banco Central e do Tesouro Nacional, ele destacou, citando os leilões de recompra de títulos anunciados pelo Tesouro.

"A Fazenda trabalha com os fundamentos, e esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do Tesouro, Banco Central. Funciona assim. Já houve outros momentos na história recente em que aconteceram desancoragens desse tipo", afirmou Haddad.

Mudanças no Banco Central

O ministro da Fazenda também disse nesta quarta-feira que todos os indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à diretoria do Banco Central têm capacidade técnica para "saber o que é melhor para o Brasil". Indagado sobre como será a relação entre governo e a autarquia daqui para a frente, com a troca de comando da autarquia, Haddad afirmou que Lula "nunca interferiu" no BC.

"O que é importante é que o presidente Lula, em oito anos de mandato, nunca interferiu no Banco Central. Foi até atestado pelo próprio Henrique Meirelles (ex-presidente do BC), e agora está fazendo o mesmo", disse Haddad a jornalistas na entrada do prédio da Fazenda, em Brasília, referindo-se aos dois primeiros mandatos de Lula. "É preciso confiar na capacidade técnica de quem vai tomar a decisão em momentos importantes como esse que nós estamos vivendo."

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na quarta-feira, 11, aumentar a Selic em 1 ponto porcentual, para 12,25%, e sinalizar mais dois aumentos da mesma magnitude. Essa trajetória, se confirmada, levaria os juros a 14,25% em março do ano que vem, já durante a gestão de Gabriel Galípolo. Seria o maior nível nominal da taxa básica desde 2016.

No domingo, Lula criticou a decisão do Copom, em entrevista ao programa Fantástico.

Haddad reforçou que todos os nomes indicados pelo governo ao BC foram aprovados pelo Senado com "larga margem", o que demonstraria a sua "capacidade técnica inquestionável."

Estadão
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