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Haddad diz que déficit primário de 2024 ficará em 0,1% do PIB e defende mudança na comunicação

Rombo fechará em 0,37% do PIB se incluídas as despesas para recuperar o Rio Grande do Sul; Congresso, porém, autorizou que os recursos usados na calamidade não sejam contabilizados

7 jan 2025 - 15h00
(atualizado às 15h29)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 7, que o déficit primário de 2024 ficará em 0,1% do PIB, retirando os gastos com o Rio Grande do Sul. Incluídas as despesas para recuperar o Estado gaúcho, o rombo fechará em 0,37% do PIB, informou o ministro em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews.

O Congresso autorizou no ano passado que os recursos públicos usados na calamidade não seriam contabilizados para verificação do cumprimento da meta de primário, que mira o déficit zero em 2024, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB.

O número exato do resultado primário ainda depende do crescimento fechado do PIB no ano passado, para o qual a Fazenda estima uma alta de 3,6%, afirmou Haddad. "A segunda casa depois da vírgula (do déficit) pode variar em virtude de o PIB ser maior ou menor. Hoje, a Fazenda estima crescimento entre 3,5% e 3,6%, e o mercado está com 3,4%", afirmou.

Comunicação do governo

O ministro repetiu que o governo precisa se comunicar melhor e reconheceu ter havido um problema "grave de comunicação" quando foi questionado sobre o que teria saído dos trilhos diante de uma crise de credibilidade enfrentada pelo Executivo e a política fiscal.

"Nós temos que nos comunicar melhor, venho dizendo há muito tempo, governo tem que ser coerente e resoluto na comunicação, não podemos deixar brecha para os resultados que queremos atingir", disse.

Ele defendeu que não é possível olhar apenas para os resultados de crescimento e emprego, mas também estar atento a outras variáveis, como a de déficit das transações correntes e a de inflação.

"Se estamos aumentando (o déficit em transações correntes do Brasil), como no ano passado, pode ser que nosso crescimento precise ser calibrado. Se estamos tendo inflação porque as importações não estão sendo suficientes para cobrir o déficit de oferta, temos que olhar para a inflação. Então essa calibragem tem que ser feita quase que diariamente, tem que olhar os dados e não deixar os carros saírem dos trilhos", disse o ministro.

Estadão
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