Haddad diz que governo vai analisar propostas do setor siderúrgico para combater taxação dos EUA
O ministro reforçou que o Brasil não deve adotar uma postura de retaliação às medidas de Donald Trump, apesar de falas contrárias de Lula
O governo federal está ouvindo o setor siderúrgico para lidar com a tarifa de 25% imposta pelos EUA sobre aço e alumínio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a busca por negociações com os EUA em vez de retaliações.
O governo federal está focado em ouvir o que o setor siderúrgico tem a propor para conter os efeitos da taxação imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao aço e alumínio importados por seu país. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, 12, dia em que começa a valer a tarifa de 25%.
"Em virtude da declaração tanto do vice-presidente Alckmin, quanto do presidente Lula, quanto da Fazenda, de que nós vamos tratar na base da reciprocidade os entendimentos, mas colocando em primeiro lugar que a mesa de negociação está aberta já com o governo americano e que foi bem sucedida em outros momentos do passado recente, quando atitudes semelhantes foram tomadas e revertidas em benefício do comércio bilateral. Nós estamos já começando a estudar propostas do setor, que tem toda a legitimidade de trazer propostas para nós", disse Haddad.
"Eles [setor siderúrgico] estão imaginando formas de negociar com argumentos muito consistentes, de que os Estados Unidos até iam perder, porque o nosso comércio é muito equilibrado", complementou o ministro. De acordo com Haddad, o setor levou para análise da pasta medidas de proteção da indústria nacional.
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O chefe da Fazenda reforçou, ao ser questionado por uma jornalista, que o Brasil não deve agir para retaliar ou adotar uma medida mais dura de reciprocidade. Segundo Haddad, o interesse do País é negociar com os EUA. Apesar disso, anteriormente, o presidente Lula deu declarações na defensiva contra Trump.
O ministro também comentou que a adoção da taxa de 25% sobre todo o aço e alumínio que entram via importação nos EUA deve acabar encarecendo os produtos no mercado norte-americano, fazendo efeito sobre a inflação do país.
No cenário interno, a pasta que está à frente das negociações pelo governo brasileiro é o Ministério do Desenvolvimento, chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O Ministério da Fazenda, no entanto, está oferecendo suporte técnico à pasta, segundo explicou Haddad.