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Haddad diz que houve reação exagerada do mercado com alta do dólar e que espera acomodação

7 jan 2025 - 14h01
(atualizado às 14h59)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que houve uma reação exagerada do mercado com a alta recente do dólar e acrescentou que espera uma acomodação do nível do câmbio.

Em entrevista à GloboNews, ele argumentou que o cenário internacional, com expectativas que não se confirmaram de cortes de juros nos Estados Unidos, gerou uma valorização global da moeda norte-americana.

"Hoje o dólar está valorizado no mundo inteiro, e nós vamos sentir os efeitos disso aqui no Brasil, embora eu considere que tenha havido um exagero (do mercado) em relação à perspectiva da economia brasileira, para pior", disse.

A moeda brasileira passou por forte depreciação no fim do ano passado, com questionamentos sobre a responsabilidade fiscal do governo e a sustentabilidade da dívida pública, e em meio a uma forte saída de dólares do país que levou o Banco Central a intervir no câmbio.

O movimento no mercado doméstico também refletiu uma valorização global do dólar, diante da expectativa de que a política econômica de Donald Trump possa ter efeito inflacionário, justificando um juro mais elevado nos EUA.

Na entrevista, o ministro ainda afirmou que não julgará decisões de juros do Banco Central, ressaltando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca interferiu na atuação da autarquia.

Ele acrescentou que conversava tecnicamente com o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto e fará o mesmo com o novo chefe da autoridade monetária, Gabriel Galípolo.

"Isso não significa dizer que vamos concordar sempre sobre o diagnóstico e sobre o que fazer, mas cada um está no seu papel", afirmou.

A taxa básica de juros está atualmente em 12,25% ao ano, com o Banco Central já tendo afirmado que prevê mais duas elevações de um ponto percentual na Selic à frente.

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