Haddad diz que inflação está sob controle e há espaço para corte de juros
O Copom se reúne nesta terça e quarta-feira para discutir a política monetária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta terça-feira, 21, que a inflação no Brasil está sob controle, mas que a taxa de juros está exageradamente elevada e há espaço para cortá-la.
"Nossa inflação está mais controlada do que no resto do mundo e nossa taxa de juros está exageradamente elevada, o que significa espaço para cortes, no momento em que a economia brasileira pode e deve decolar", disse Haddad em participação virtual em evento do BNDES.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se nesta terça e na quarta para discutir a política monetária, com expectativa no mercado de manutenção da taxa básica de juros Selic em 13,75%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vários de seus ministros têm criticado recorrentemente o patamar dos juros.
Segundo Haddad, é preciso "tomar as decisões corretas tanto do ponto de vista do arcabouço fiscal quanto do ponto de vista monetário --porque há espaço para isso-- para que nós possamos convergir a política fiscal e a monetária".
O ministro abordou ainda a situação fiscal do país, dizendo que a sustentabilidade das contas é fundamental para um desenvolvimento sustentável. Haddad afirmou que passou o fim de semana "trabalhando na interlocução recomendada pelo presidente Lula para preparar o terreno político para a recepção do arcabouço fiscal".
Segundo Haddad, é possível ter uma regra fiscal mais inteligente, sem descontrole, e que leve a um maior crescimento.
Nesta terça-feira, a proposta de um novo arcabouço fiscal era discutida em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO).
No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista nesta terça-feira que apresentará o novo arcabouço fiscal apenas depois de sua viagem à China e que não há pressa para discutir a âncora apresentada a ministros do governo por Haddad na semana passada.
Haddad afirmou ainda nesta terça-feira que, com a reforma tributária, será cobrado menos sobre o consumo e mais sobre a renda.