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Haddad diz que proposta do Brasil ao G20 sobre tributação ganhou peso em pouco tempo

23 mai 2024 - 13h03
(atualizado às 13h30)
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A proposta do Brasil aos membros do G20 sobre tributação ganhou peso em muito pouco tempo e há consciência dos países de que algo precisa ser feito para superar problemas de desigualdade e relacionados à mudança climática, disse nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Falando em simpósio de Tributação Internacional do G20, em Brasília, Haddad afirmou que a concentração de renda acontece não apenas dentro dos países, mas também entre as nações, defendendo que soluções sobre essa questão sejam buscadas em conjunto.

Na presidência do G20 neste ano, o Brasil colocou entre suas prioridades uma discussão entre os países sobre a taxação de super-ricos, ideia que vem sendo desenhada pelo economista francês Gabriel Zucman.

"Nós precisamos nos coordenar internacionalmente", disse o ministro.

"Fico muito tocado de ver como essa proposta ganhou peso em muito pouco tempo. Nós temos países que talvez vacilassem em manifestar uma adesão a uma coisa que pode ser disruptiva, mas tivemos países do G7 já se manifestando a favor, tivemos países da Europa", acrescentou.

Em entrevista à Reuters publicada nesta quinta-feira, Zucman disse que a proposta de taxação mínima sobre bilionários deve angariar mais apoio conforme os esclarecimentos técnicos estão sendo compartilhados com os países do G20, expressando otimismo quanto ao possível apoio também dos Estados Unidos.

Zucman, que foi encarregado pelo governo brasileiro de detalhar a ideia em um relatório a ser apresentado em julho aos ministros de Finanças das 20 maiores economias do mundo, afirmou que um trabalho preliminar já mostra que uma taxação anual de 2% sobre a fortuna de bilionários, em dólar, mostra-se a melhor alternativa para assegurar que os ultrarricos paguem sua justa parte em impostos.

O modelo atingiria cerca de 3.000 indivíduos -- dos quais pouco mais de 100 estão na América Latina -- com potencial de levantar cerca de 250 bilhões de dólares anualmente.

Além do Brasil, França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica já expressaram apoio direto à proposta, bem como a África do Sul, que assumirá no ano que vem a presidência rotativa do G20, disse Zucman.

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