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Haddad: 'Pacote não é 'gran finale'; daqui a três meses podemos discutir BPC e Previdência'

Em evento na Febraban, ministro da Fazenda disse que todos os Poderes precisam entregar a sua cota de contribuição ao ajuste

29 nov 2024 - 10h36
(atualizado às 13h58)
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Haddad pediu 'cautela' aos analistas
Haddad pediu 'cautela' aos analistas
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 29, que o pacote de ajuste anunciado na quarta-feira não representa o "gran finale" do esforço do governo em reequilibrar as contas públicas. Ele reiterou que, se necessário, a equipe econômica apresentará outras medidas de contenção de gastos.

"Esse conjunto de medidas não é o gran finale, não é bala de prata. Daqui a três meses, posso voltar à planilha para discutir a evolução do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e da Previdência", afirmou o ministro no almoço de fim de ano com dirigentes da Febraban, a entidade que representa os bancos.

Haddad pediu um "pouco de cautela" dos analistas na avaliação "rubrica a rubrica" das medidas propostas. Se houver algum erro de cálculo, o ministro disse que voltará a conversar com Congresso e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele salientou que o governo está cumprindo a promessa, feita há dois anos, de buscar o equilíbrio fiscal e atendeu, com o pacote, os pedidos do mercado para reforçar o arcabouço. Frisou que todos os Poderes precisam entregar a sua cota de contribuição ao ajuste. "Não é tarefa só do Executivo [...] Temos que convencer o Congresso Nacional que bondades precisam ser compensadas", declarou o ministro, acrescentando que o Legislativo fez "belo trabalho" para diminuir os gastos tributários no País.

Haddad disse ainda que o governo tenta corrigir dez anos de déficit primário, e assegurou que a meta fiscal será cumprida em seu limite inferior. Mais uma vez, afirmou que o objetivo de déficit zero só não será entregue neste ano porque não houve aprovação da proposta de acabar com a desoneração da folha de pagamento e os incentivos ao setor de serviços.

"Estamos até hoje pagando por problemas que foram herdados", disse Haddad, que reforçou sua crença no ajuste fiscal, e que "ninguém que vender fantasia ou mágica." "Eu acredito no ajuste, defendo ele onde vou, é crença minha. Agora, não vamos conseguir fazer tudo o que tem que ser feito com bala de prata", concluiu.

Estadão
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