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Haddad critica forma como pacote foi recebido e diz que medidas são suficientes no momento

Em evento nesta quarta-feira, 4, o ministro não descartou a possibilidade de mais ações caso necessário

4 dez 2024 - 11h30
(atualizado às 12h01)
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Foto: Reprodução/Canal Gov

(Reuters) -O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez nesta quarta-feira críticas à forma como parte do mercado financeiro recebeu o pacote fiscal lançado na semana passada e disse que as medidas anunciadas são suficientes para o momento, sem descartar a possibilidade de mais ações caso necessário.

Durante evento do agência Jota em Brasília, Haddad disse que é preciso fazer uma distinção entre o setor de intermediação financeira e o mercado financeiro propriamente dito, que segundo ele é representado por fundos de gestão de patrimônio "dos ricos".

Conforme Haddad, pessoas ligadas à intermediação financeira dizem que o pacote do governo está sendo subestimado. O ministro afirmou ainda que o mercado tem "toda legitimidade" para criticar, mas que o "filme é melhor que a fotografia".

"Não me parece que medidas de contenção de gastos são irrelevantes, como alguns querem fazer parecer", afirmou.

Na semana passada o governo anunciou um corte de 71,9 bilhões de reais em despesas em dois anos, acompanhado de uma proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais por mês.

Desde então o mal-estar causado pela proposta de isenção fez o dólar disparar para acima dos 6,05 reais e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) superarem 14% em vários vencimentos.

No evento desta quarta-feira, Haddad defendeu novamente as medidas de contenção de gastos e disse que, se for preciso, novas soluções podem ser buscadas para equilibrar as contas públicas.

"Mas entendo que as medidas anunciadas são suficientes para o momento", disse Haddad.

O ministro reforçou ainda que a reforma da renda proposta, que prevê isenção de IR para quem ganha até 5 mil reais por mês, é neutra sob o ponto de fiscal.

O pacote anunciado na semana passada previa que, para compensar a isenção, será cobrado mais imposto de quem ganha mais de 50 mil reais por mês, além de outras medidas.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Haddad disse ainda que "tudo leva a crer" que o Senado votará a regulamentação da reforma tributária na próxima semana, deixando para a Câmara concluir a votação no começo de 2025.

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