Herdeiros de João Gilberto receberão R$ 150 milhões em indenização, diz revista
De acordo com uma reportagem da revista Veja, os herdeiros do lendário e saudoso cantor e compositor João Gilberto (1939-2019) serão indenizados em R$ 150 milhões após vencerem na justiça uma disputa que já durava 27 anos. O veredito foi anunciado na última terça-feira (17).
A disputa judicial foi vencida pelo espólio de João Gilberto contra a gravadora EMI-Odeon, que hoje tem sua discografia como propriedade da Universal Music. Com a vitória nos tribunais, o conglomerado britânico terá que indenizar a família do criador da Bossa Nova.
O montante financeiro, que se refere a uma dívida da EMI com o falecido artista, foi homologado pelo desembargador Adolpho Mello Júnior, da 14ª Câmara de Direito Privado do Rio de Janeiro.
A briga entre João Gilberto e a EMI começou quando a gravadora decidiu relançar os primeiros álbuns do cantor no inicio do movimento Bossa Nova. São eles: Chega de Saudade (1959), O Amor, O Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961). Na época desses relançamentos, o cantor não aceitou o processo de remasterização dos discos, acusando a EMI de adulterar a gravação original deles. Em meio a batalha judicial, João Gilberto não recebeu os direitos autorais da gravadora.
"A vitória de hoje praticamente encerra esse longuíssimo processo", celebrou Leonardo Amarante, advogado dos herdeiros do cantor, que trabalhou no processo contra a EMI.
O valor de R$ 150 milhões, de acordo com a Veja, deverão ser pagos ao inventário de João Gilberto, que inclui seus três filhos: João Marcelo, Bebel Gilberto e Luísa Carolina. Também há possibilidade de que Maria do Céu Harris, nascida em Moçambique, tenha acesso à indenização.
Ela está reivindicando o reconhecimento de uma união estável com o artista.