Homem que comprou carro com R$ 17 mil em moedas tem meta de juntar R$ 10 mil por ano
Se tivesse investido o valor, que juntou por quatro anos em galões de 5 litros, comerciante poderia ter obtido até R$ 20,9 mil
Se o comerciante Rodrigo Gonçalves dos Santos, de 33 anos, já chamou a atenção ao pagar parte de um carro com R$ 17 mil em moedas, imagine depois que ele realizar a sua próxima meta. O dono de uma distribuidora de bebidas em Palhoça, litoral de Santa Catarina, quer juntar R$ 30 mil em moedas, no intervalo de três anos, para dar entrada em um imóvel.
Na era do Pix e do cartão de crédito, o hábito peculiar de Rodrigo virou notícia nas últimas semanas. Espantado com aquele valor em moedas, um dos vendedores da concessionária enviou uma foto dos 13 galões de cinco litros cheios de dinheiro em um grupo em um aplicativo de mensagens. Foi então que a história começou a rodar.
Mas aquela não era a primeira vez que o comerciante fazia uma compra tão grande com moedas. Ele já comprou uma moto, no valor de R$ 12 mil, e deu entrada em um imóvel com cerca de R$ 7 mil.
A prática de guardar moedas começou anos atrás, quando ganhou de um amigo moedas antigas. Rodrigo gostou e viu ali um hobby.
"Sempre que eu pegava as moedas no caixa, às vezes vinha uma de 10 cruzeiros no meio, vinha uma moeda diferente e eu separava. Daí eu pensei 'Vou começar a pegar todas as moedas, garimpar elas e vou guardando'", conta, em entrevista ao Terra.
As que não estão mais em circulação hoje fazem parte de sua coleção. O restante vai para caixas - ou galões - e ficam guardadas até Rodrigo conseguir juntar uma boa quantia. Pode demorar anos, mas ele não tem tanta pressa assim.
"Tem vezes que me falta na loja, eu sou obrigado a tirar do meu... Não posso deixar faltar troco, né? Agora, a minha meta é fazer R$ 30 mil em três anos, na real. Se não der em três, pode estender um pouquinho mais", afirma. Os R$ 17 mil foram juntados por ele em um período de pouco mais de quatro anos.
Por que não investir?
Rodrigo sabe que poderia render o dinheiro se o colocasse no banco, mas ele diz que prefere ter em casa, porque "é uma forma de não gastar".
"Meu dinheiro entra e sai na minha conta todo dia. Eu compro as coisas de bebida e tal. Ali foi uma maneira que eu tive de não mexer", explica.
Embora um hobby para Rodrigo, e também para muitos brasileiros, guardar moedas em casa pode ser encarado como uma forma de perder dinheiro. Isso porque, quando o dinheiro está parado, sem circular ou sem render, ele está se desvalorizando em relação à inflação.
A melhor opção para quem quer guardar dinheiro e ainda ter rendimentos, sem muitos riscos, é investir na renda fixa, segundo explica o planejador financeiro Alexandre Santiago. Os principais produtos da modalidade são: Tesouro Direto (quando a pessoa compra títulos do Estado, que rende, ao menos, o valor da Selic); investimento por CDB (segue um valor também similar à Selic); e a poupança.
A pedido do Terra, Santiago fez os cálculos de quanto o comerciante Ricardo teria se tivesse investido as moedas que recebia ao longo dos quatro anos. Como R$ 17 mil foi o valor final, usamos como referência um aporte de R$ 350 por 48 meses.
- Tesouro Selic: investindo no Tesouro Direto atrelado à Selic, fazendo um aporte de R$ 350 por mês durante 48 meses, ele teria o valor bruto de R$ 20.908,35. Retirando o Imposto de Renda de 15% cobrado na retirada do aporte, o valor líquido é de R$ 20.322,09;
- Poupança: investindo R$ 350 por mês durante 48 meses na Poupança, ele teria o valor líquido de R$ 19.375,52. Neste caso, não há a incidência de impostos.