Hong Kong suspende parte de embargo à carne brasileira
Maior importador de carne bovina do Brasil, território asiático limita veto à importação a 21 frigoríficos alvos da Operação Carne Fraca
Autoridades de Hong Kong anunciaram nesta terça-feira (28/03) que suspenderam parte do embargo a carne brasileira e seus derivados. O veto à importação da mercadoria foi imposto após a deflagração da Operação Carne Fraca pela Polícia Federal (PF), que investiga irregularidades na produção e fiscalização do setor.
O embargo não se aplica mais a toda a carne vinda do Brasil, mas somente à produzida pelos 21 frigoríficos investigados pela PF, segundo informou o Ministério da Agricultura brasileiro.
Maior importador de carne bovina do Brasil em 2016, Hong Kong integrava o grupo que proibiu totalmente a entrada de carne do País na esteira da Operação Carne Fraca. Na semana passada, o território asiático ordenou a retirada do mercado da carne oriunda dos 21 frigoríficos alvos da PF, devido a possíveis "riscos à segurança alimentar".
Em nota, o governo do território semi-autônomo afirma que a suspensão parcial da restrição é uma resposta às informações fornecidas pelas autoridades brasileiras, que reafirmaram o rígido controle do setor de alimentos.
O governo brasileiro comemorou o anúncio: "Com essa medida, todos os grandes mercados para exportações de carnes brasileiras encontram-se novamente reabertos", diz nota divulgada pela Presidência.
"Trata-se de uma vitória para o setor agroexportador brasileiro e um resultado importante logrado pelos esforços conjuntos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Itamaraty e do Consulado-Geral do Brasil em Hong Kong", afirma o comunicado.
Após a deflagração da Operação Carne Fraca, no último dia 17, a média diária de exportação de carne caiu 19%, segundo informou o Ministério da Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira. Cerca de 20 países anunciaram restrições ao produto brasileiro nos últimos dias.
Além de Hong Kong, a China, segunda maior importador de carne bovina do Brasil, também reabriu o mercado interno para o produto. Da mesma maneira, Chile e Egito deram um voto de confiança ao governo brasileiro e restabeleceram o comércio de carne.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reconheceu nesta segunda-feira que a imagem do País como exportador ficou "arranhada" pelo escândalo, mas assegurou que pretende "reconquistar os mercados externos".
LPF/abr/efe/rtr
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