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IA Generativa: o que ela não vai fazer no seu e-commerce

Não tem jeito: vai ter um momento em que a IAG vai ir de encontro a sua privacidade

30 jan 2024 - 06h15
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Andréa Miranda
Andréa Miranda
Foto: Luciano Alves / Divulgação

A partir de 1950, quando nosso querido Asimov publicou seu clássico "Eu, Robot", de alguma forma, a rota da tecnologia foi setada para a Inteligência Artificial (IA) e suas aplicações.

Claro que tinha um montão de outras pessoas pensando sobre isso, inclusive nosso mestre Alan Turing, mas imaginar aquele robô de feições humanas sendo tão ou mais inteligente que nós nos causou um misto de desejo e preocupação.

Mas, para o bem ou para o mal, a tecnologia posterga essas questões filosóficas: antes de discutir a ética, implementa-se a técnica. E a técnica da IA é relativamente simples: definição de regras, parametrização, questão, conclusão e validação da conclusão; repeat.

Pode-se acrescentar à implementação da IA tantas camadas quantas se queira, incorporando aplicabilidades distintas (mapeamento facial, realidade aumentada, comando de voz...), saídas diversas (imagem, áudio, texto…) e agora entradas diversas (por exemplo, linguagem natural) e bingo: IA Generativa (IAG).

E você querido leitor, é parte fundamental dessa implementação (ou você acredita que o Google realmente quer só saber se você sabe o que é um semáforo, um trem e uma bicicleta? Ou saber se você sabe diferenciar um 2 de Z num conjunto de 6 caracteres?). Isso, leitor, é você fazendo a sua contribuição para a validação da conclusão dos algoritmos de IA.

A hora é agora

Vamos falar de timing? Se a ideia é tão antiga, porque somente agora vemos esse burburinho todo? Porque graças ao aumento das capacidades computacionais pudemos baratear o custo de processamento de todas aquelas perguntas bobas que a gente fez pro Chat GPT quando foi lançado, ou pudemos utilizar gratuitamente o servidor do Mid Journey para criar uma imagem realista do Garrincha e do Obama participando do meu jantar de natal.

Mas e a aplicabilidade no e-commerce? O artigo está acabando e ainda não falamos sobre isso…

Vai depender de você leitor, e de um contingente de shoppers desejosos de uma única coisa: conveniência. A pergunta é: como a IAG vai fazer a compra ficar mais conveniente? Com integração com comandos de voz? Opa, excelente!; previsibilidade de lista de compras baseada na compra do último ano e nos lançamentos do último mês? Pode ser interessante!; e com conteúdo interativo de produtos, personalizado baseado nas suas últimas interações? Se você tiver autorizado a utilização dos seus dados anteriores de navegação, pode ser incrível também.

E este é o ponto sobre o qual precisamente não encontrei debates mais profundos: vai ter um momento em que a IAG vai ir de encontro a sua privacidade! Ou seja, todos os recursos da IAG não passarão de meros bits se não tiverem autorização do shopper para utilizar os dados dele em seus algoritmos.

Quanto vamos abrir mão da nossa privacidade em prol da nossa conveniência? Até onde estamos dispostos a ir? Essa é a questão filosófica que teremos que responder para sabermos até onde a IAG vai entrar em nossas vidas. E nas nossas compras.

(*) Andrea Miranda é Cientista de Computação, com mais de 30 anos de experiência em TI aplicada ao marketing digital e publicidade. É cofundadora e CEO da Standout, martech de trade marketing digital.

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