IBC-Br, o 'PIB do BC', cresce 0,14% em outubro, acima do esperado pelo mercado
Segundo economista, dado corrobora ideia de que a economia começou o quarto trimestre ainda em ritmo forte
BRASÍLIA - A economia brasileira cresceu 0,14% em outubro na comparação com setembro, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta sexta-feira, 13. O resultado veio acima do esperado pelo mercado - a mediana da pesquisa feita pelo Projeções Broadcast indicava variação zero para o indicador, que é considerado uma prévia do PIB oficial.
O índice subiu de 154,2 para 154,4 pontos no período e atingiu o maior nível da série histórica. O BC revisou os resultados de setembro (de 0,84% para 0,88%), agosto (de 0,24% para 0,30%) e julho (de -0,33% para -0,31%). Com isso, o crescimento do IBC-Br no terceiro trimestre em relação ao segundo foi revisto de 1,12% para 1,23%. Na comparação com outubro de 2023, o IBC-Br cresceu 7,31% na série sem ajuste sazonal.
Os dados do IBC-Br mostram que, no acumulado de janeiro a outubro, a economia cresceu 3,69% na comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado de 12 meses até outubro, o crescimento é de 3,43%.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, a divulgação do IBC-Br de outubro aponta uma economia ainda em ritmo forte. "O número consolida a visão de início forte do quarto trimestre, principalmente pelo consumo das famílias, que segue aquecido pela elevação de renda do trabalho e um crédito ainda robusto, mesmo diante da elevação das taxas de juros", disse, em nota.
Dado esse quadro, o economista aponta que deverá revisar para cima a projeção da Nova Futura para o PIB de 2024, dos atuais 3,2% para 3,5%. "O começo de 2025 deve ser bom também. A projeção de safra do IBGE está forte e vamos ter reajustes de salário mínimo, o que deve manter o consumo forte", disse, acrescentando que isso deve aumentar o trabalho do Comitê de Política Monetária (Copom) de controlar expectativas de inflação.
O banco Santander Brasil também elevou sua estimativa em tempo real (tracking) para o crescimento do PIB do quarto trimestre, de 0,1% para 0,4%, e do ano de 2024, de 3,4% para 3,5%, após a divulgação do IBC-Br.
"O resultado positivo não refletiu completamente as atividades econômicas de outubro, que apresentaram desempenhos positivos mais intensos. Dados do setor terciário indicaram resultados positivos tanto para o varejo amplo (0,9%) quanto para serviços (1,1%). A produção industrial contraiu (-0,2%), apesar de sinais mais positivos nas aberturas", ressalta o banco.