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IBGE: 11,8% de jovens entre 15 e 17 anos está fora da escola

49% da população de 25 a 64 anos não completou o ensino médio; entre membros da OCDE, resultado é um dos piores

6 nov 2019 - 10h10
(atualizado às 11h32)
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A evasão escolar na adolescência segue como um problema em todo o País. Em 2018, 88,2% da população entre 15 e 17 anos de idade estavam na escola, longe da meta de universalização do próprio Plano Nacional de Educação (PNE), mostra a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso quer dizer que 11,8% dessa faixa etária, ou 1,2 milhão de adolescentes, estão fora da escola.

Imagem de arquivo da Sala de Aula (28/04/2015)
Imagem de arquivo da Sala de Aula (28/04/2015)
Foto: Leonardo Benassatto / Futura Press

O problema está localizado no ensino médio. A taxa de frequência escolar bruta (proporção das pessoas que frequentam a escola, em qualquer série ou nível, em relação à população total de determinada faixa etária) das pessoas de 6 a 14 anos de idade está próxima da universalização pelo menos desde 2016. Na faixa etária de 15 a 17 anos, a taxa passou de 87,2% em 2016 para os 88,2% atuais - a meta do PNE é atingir a universalização até 2024.

O quadro é parecido na comparação entre as regiões do País, mas as desigualdades entre as faixas de renda chamam a atenção. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos que estão no grupo dos 20% mais pobres, 11,8% abandonaram a escola sem concluir sequer o ensino básico. Entre os 20% mais ricos dessa faixa etária, apenas 1,4% havia abandonado os estudos nessas condições.

Para o IBGE, a evasão está relacionada ao atraso escolar, que atinge os maiores níveis na faixa de 15 a 17 anos. Nessa faixa etária, 23,1% do total da população estão fora da etapa adequada para a idade. "Quanto maior a repetência, maior a evasão", disse Betina Fresneda, pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.

Com isso, 49% da população de 25 a 64 anos não completou o ensino médio. O indicador é o dobro da média dos países membros ou associados à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ficou em 21,8%, nos dados de 2017.

Apenas México (62,3% da população de 25 a 64 anos sem ensino médio completo), Turquia (60,7%), Costa Rica (60,5%) e Portugal (52%) têm indicadores piores do que o Brasil nesse quesito, conforme ranking elaborado pelo IBGE. Japão (zero), Canadá (8,9%), Estados Unidos (9,4%), Finlândia (11,9%) e Suíça (12,2%) estão entre os países ricos com os melhores indicadores da lista.

"Em comparação com países mais ricos a gente fica muito aquém do nível de instrução, vários indicadores mostram isso", disse Betina.

Os dados do IBGE também mostram a persistência da mazela do analfabetismo. A taxa de analfabetismo ficou em 6,8% em 2018, para a população de 15 anos ou mais. Em 2016, a taxa estava em 7,2%.

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