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Ibovespa abre 2015 com queda de 2,99%; Petrobras cai 6,59%

Mercado espera sinais econômicos após posse de Dilma Rousseff

2 jan 2015 - 19h35
(atualizado às 19h48)
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<p>Primeiro pregão do ano começa abaixo dos 49 mil pontos</p>
Primeiro pregão do ano começa abaixo dos 49 mil pontos
Foto: Nacho Doce / Reuters

A Bovespa abriu 2015 com fortes perdas e giro reduzido, um dia após a presidente Dilma Rousseff tomar posse de seu segundo mandato, em meio à desconfiança do mercado antes do anúncio de medidas visando os amplamente aguardados ajustes na economia.

O quadro externo pouco ajudou, com dados de dezembro confirmando no feriado do Ano Novo a fraqueza na atividade industrial na China, enquanto indicadores na zona do euro e nos Estados Unidos apresentaram desaceleração da indústria.

O Ibovespa caiu 2,99 por cento, a 48.512 pontos. O volume financeiro do pregão somou 5,3 bilhões de reais.

"Não há disposição em se aumentar o investimento em ações no Brasil enquanto não se retomar a confiança", disse o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets.

"Não estou falando isso pelo movimento desta sexta-feira, porque com o volume reduzido não se pode assumir tendência. Mas a equipe econômica precisa começar a entregar resultado para que a confiança seja retomada aos poucos e os investidores se animem a voltar para o mercado", afirmou.

Na véspera, em seu discurso de posse, a presidente Dilma afirmou que a retomada do crescimento econômico do país passa pelo ajuste das contas públicas e que a corrupção precisa ser extirpada.

O ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, que comanda a área de economia do Banco Brasil Plural, avaliou que a fala de Dilma foi "econômica em autocrítica e generosa em promessas difíceis de cumprir, como um ajuste fiscal indolor".

"Foi, em um sentido amplo, consistente com a aparente mudança para uma nova política econômica mais próxima do mercado, mas com o habitual viés estatizante-nacionalista", disse Mesquita, em nota a clientes nesta sexta-feira.

Em Brasília, nesta manhã, o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que agora são necessários ajustes para a retomada do crescimento.

Os papéis da Petrobras, quem têm sinalizado o sentimento de agentes financeiros quanto ao novo governo, enquanto a companhia atravessa um gigante escândalo de corrupção, ficaram entre os principais destaques de baixas, com as preferenciais caindo 6,59 por cento.

A queda do petróleo no exterior corroborou o viés de baixa para os papéis da estatal.

O setor financeiro também pressionou, com destaque para Banco do Brasil, caindo 4,71 por cento. O Banco Central aprovou a parceria do banco com a empresa de cartões Cielo, mas proibiu o BB de lançar no balanço o impacto financeiro positivo de cerca de 3,2 bilhões de reais com a operação.

Ações do setor de educação também foram destaques negativos, em meio a mudanças nas regras do programa de financiamento ao ensino superior Fies, com Estácio e Kroton caindo 7,43 e 4,52 por cento, respectivamente.

Os papéis da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) chegaram a liderar as poucas altas do índice, mas reverteram e fecharam em queda de 6,15 por cento. A empresa divulgou após o fechamento do último pregão de 2014, que seu conselho de administração renovou programa de recompra, com até 34,6 milhões de ações, que vai durar até 31 de março de 2015.

"Entendemos que o mais prudente para a companhia seria focar na melhora de alavancagem nesse momento", afirmou o BTG Pactual em nota a clientes. "Não apostamos que recompra seja totalmente executada", acrescentou.

O primeiro pregão de 2015 ainda incluiu o rebalanceamento do Ibovespa. A terceira prévia da carteira que vai vigorar de 5 janeiro a 30 abril confirmou a exclusão de Rossi Residencial, da Cosan Log e da Eletropaulo. Ao mesmo tempo foi confirmada a entrada de Multiplan.

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