Ibovespa avança com ajuda de Petrobras em meio a vários balanços
O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, sustentado principalmente pelas ações da Petrobras com a alta do petróleo no exterior, enquanto Banco do Brasil era destaque negativo após aumentar sua provisão para o ano afetado pela deterioração na inadimplência do agronegócio.
Por volta de 12h25, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,26%, a 128.065,39 pontos, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações. O volume financeiro nesta véspera de feriado no Brasil somava 9,52 bilhões de reais.
De acordo com analistas do Itaú BBA, as chances de um possível rali ainda este ano são pequenas, enquanto o índice permanecer em tendência de queda e negociando abaixo dos 132.200 pontos.
"O Ibovespa segue pressionado na região de suporte e no último pregão flertou os 126.900 pontos, que é um primeiro sinal de alerta. A perda dessa região poderá conduzir o índice aos suportes em 125.000 e 123.000 pontos", afirmaram no relatório Diário do Grafista enviado a clientes nesta quinta-feira.
"Do lado da alta, o índice encontrará resistências em 128.300 e 130.100 pontos. Passando desta, o índice ganhará um novo impulso no movimento de recuperação e encontrará próximas resistências em 131.400 e 132.300 pontos, que é a referência de curto prazo para a tendência de baixa", acrescentaram.
Investidores continuam na expectativa do pacote fiscal prometido pelo governo, mas sem sinais sobre algo iminente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira que não sabe se há tempo hábil para o governo anunciar nesta semana o conjunto de medidas para controle de gastos públicos, ressaltando que a apresentação será feita quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizar.
No exterior, o sinal negativo prevalecia nos pregões em Wall Street, mas os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos mostravam alívio.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN valorizava-se 0,81%, endossada pelo avanço do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha elevação de 0,87%. PETROBRAS ON ganhava 1,25%.
- BANCO DO BRASIL ON caía 2,54%, apesar da alta no lucro do terceiro trimestre para 9,5 bilhões de reais, uma vez que houve aumento relevante em provisões para calote, o que fez o BB revisar suas provisões para o ano. A CEO do banco afirmou que não há crise no agronegócio e que piora na inadimplência do setor se concentra em soja e no Centro-Oeste.
- MARFRIG ON saltava 7,69%%, após a processadora de carne bovina reportar lucro líquido de 79,1 milhões de reais, bem como anunciar a distribuição de 2,5 bilhões de reais em dividendos intercalares e programa de recompra de até 27,9 milhões de ações, equivalentes a 9,72% dos papéis em circulação.
- MRV&CO ON cedia 7,79%, mesmo após reduzir o prejuízo para 12,7 milhões de reais no terceiro trimestre, quando a construtora que teve uma geração de caixa ajustada de 124 milhões de reais no terceiro trimestre, ante consumo de 46,2 milhões de reais no mesmo período do ano passado.
- CEMIG PN avançava 5,74%, tendo no radar divulgação de um lucro líquido recorrente de 1,1 bilhão de reais, 9,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, e anúncio de uma nova CFO, Andrea Marques de Almeida, para as operações da companhia elétrica.
- AZUL PN subia 3,27%, após reduzir o prejuízo no terceiro trimestre para 203 milhões de reais, registrando no período Ebitda recorde de 1,65 bilhão de reais. A companhia aérea estimou um crescimento de cerca de 23% no Ebitda em 2025, para cerca de 7,4 bilhões de reais.
- AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, disparava 55,95%, após divulgar lucro líquido de 10,3 bilhões de reais no terceiro trimestre, em um resultado recheado de efeitos gerados pelo plano de recuperação judicial da rede de varejo. A receita líquida ficou praticamente estável ano a ano.
- NUBANK desabava 8,38% em Nova York, onde os papéis são listados, mesmo após dobrar o lucro no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, em base neutra de câmbio, para 592 milhões de dólares. O Itaú BBA cortou a recomendação da ação para "neutra", citando desaceleração na receita.
- INTER&CO perdia 3,93% nas negociações nos EUA, onde as ações são listadas, apesar do lucro líquido recorde no terceiro trimestre, quando a receita líquida cresceu 32%.