Ibovespa avança com visão de que BC pode encerrar mais cedo ciclo de alta da Selic
O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, superando os 125 mil pontos, após decisão de política monetária do Banco Central na véspera, que confirmou expectativas com aumento da Selic para 13,25% e sinalização de mais uma alta de 1 ponto percentual na próxima reunião, mas deixou em aberto os próximos movimentos.
Por volta de 11h, o Ibovespa subia 1,31%, a 125.046,87 pontos, tendo chegado a 125.370,54 pontos na máxima até o momento, maior patamar intradia desde meados de dezembro. O volume financeiro totalizava 2,58 bilhões de reais.
No comunicado que acompanhou a decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC optou por dar maior ênfase ao risco de desaceleração da economia, e assim não descarta que a extensão do ciclo pode ser menor do que estimado, de acordo com a avaliação de economistas da Genial Investimentos.
"Acreditamos que o BC avalia que a política monetária se encontra em um patamar demasiadamente contracionista, de modo que, já nos encontramos próximos do fim do ciclo de alta de juros", afirmou a equipe da Genial, que ainda vê a Selic terminal na atual rodada de aumentos em 15%.
O patamar dos juros no Brasil tem sido um dos componentes desfavoráveis para a bolsa brasileira, com as ações disputando espaço com investimentos em renda fixa a taxas elevadas, além de receios sobre reflexo na economia e nos resultados corporativos, bem como no endividamento das empresas.
Economistas do Itaú Unibanco consideraram o comunicado do Copom com viés "um pouco mais brando" e, enquanto estimam um aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião em março e uma taxa terminal de 15,75% ao ano, avaliam que os riscos indicam que o BC pode encerrar o ciclo antes disso.
No exterior, a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos era mais um fator positivo para as negociações na B3, enquanto os futuros acionário norte-americano mostravam desempenho misto com balanços e sinalizações de "megacaps" no radar, entre elas Meta e Tesla.
DESTAQUES
- MAGAZINE LUIZA ON disparava 6,07%, embalada pelo alívio na curva futura de juros no Brasil, que favorecia ações de consumo de modo geral. O índice do setor de consumo na B3 avançava 1,58%.
- CYRELA ON mostrava acréscimo de 4,3%, com ações de construtoras de modo geral no azul diante do movimento na curva futura de juros. O índice do setor imobiliário operava em alta de 2,58%.
- VALE ON tinha elevação de 1,88%, ainda sem a referência do futuros do minério de ferro na China, enquanto, em Cingapura, o contrato de referência mostrava elevação de 0,5%.
- PETROBRAS PN avançava 0,16%, após divulgar na véspera estimativas de reservas provadas de óleo, condensado e gás natural de 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente no final 2024. No exterior, o barril de Brent cedia 0,07%.
- BRADESCO PN ganhava 2,52%, com o setor acompanhando o viés comprador na bolsa. ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,23%, BANCO DO BRASIL ON avançava 0,44% e SANTANDER BRASIL UNIT tinha alta de 1,74%.
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