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Ibovespa cai 0,31%, com Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) em direções opostas. Isa Cteep (TRPL4) dispara 5,2%

20 mai 2024 - 18h21
(atualizado às 21h27)
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O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (20) em queda de 0,31%, aos 127.750,92 pontos. Na máxima do dia, o índice chegou a bater os 128.730,25 pontos, enquanto a mínima registrada foi de 127.487,97 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,2 bilhões.

O Ibovespa teve uma segunda-feira cautelosa à espera de vetores que possam dar orientação aos negócios, após o encerramento, na semana passada, da temporada dos balanços das empresas brasileiras referentes ao primeiro trimestre.

No mês, o Ibovespa avança 1,45%, com perda o ano a 4,80%.

As Bolsas de Valores de Nova York fecharam o dia sem direção única.

  • Dow Jones: -0,49%, aos 39.807,69 pontos;
  • S&P500: +0,09%, aos 5.308,19 pontos;
  • Nasdaq: +0,65%, aos 16.794,87 pontos.

Já o preço do dólar à vista encerrou o dia com uma valorização de 0,05%, cotado a R$ 5,1047.

"O Ibovespa hoje iniciou a semana na contramão do humor global, seja no mercado americano, europeu ou asiático. Tem muita coisa para acontecer na semana, que trará novos dados sobre a situação fiscal doméstica, com potencial efeito para a curva de juros", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

"Lá fora, as falas de autoridades monetárias têm sido ainda em tom contracionista. Assim, a semana começa de forma mais tímida, mas os próximos dias prometem ser importantes, inclusive para se entender o direcionamento dos juros para junho e julho, com divulgações como a ata do Fed referente à mais recente reunião de política monetária nos Estados Unidos", acrescenta o analista.

A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta segunda que o BC americano poderá manter os juros ou até elevá-los, se a inflação estagnar ou reverter o progresso obtido até o momento. De acordo com a dirigente, a política monetária está suficientemente restritiva, bem posicionada para atuar em qualquer cenário, dependendo dos dados disponíveis. Se a inflação subir, Mester disse estar "aberta" a elevar juros. No cenário contrário, o Fed poderá reduzir as taxas, caso aconteça uma deterioração da atividade ou se os preços mantiverem queda.

Por sua vez, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que ainda não está confiante de que a inflação nos Estados Unidos recua sustentadamente em direção à meta de 2%. Por isso, a dirigente descartou urgência para ajustar os juros agora. Daly reforçou que a política monetária está em "boa posição" para lidar com os riscos vigentes. "Mas eu também não vejo evidência neste momento de que precisamos ajustar os juros para cima", argumentou.

Segundo Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, o Ibov contou com alguns gatilhos positivos, como a alta das bolsas de valores americanas diante de uma melhora recente nos dados econômicos, o que gerou um certo otimismo para a perspectiva de um ou dois cortes de juros nas "Fed Fund Rates" ainda em 2024.

Além disso, aumentaram-se as expectativas para uma melhora na perspectiva da economia da China, o que também poderia beneficiar a economia brasileira e os ativos como o minério de ferro. Apesar disso, Kist diz que esses fatores não foram suficientes para "sustentar o fluxo e liquidez no Ibovespa hoje, que oscila entre alta e queda marginal".

Para a especialista, o balanço da bolsa de valores hoje ficou entre um cenário macro de gatilhos negativos para o prêmio de risco da bolsa, apesar de o encerramento da temporada de resultados ter vindo com surpresas positivas em relação ao aumento de faturamento e lucros operacionais.

Destaques do Ibovespa hoje

Um dos destaques de hoje foi a Braskem (BRKM5), depois do anúncio de ganho de uma causa bilionária pela justiça de São Paulo para pagamento de uma indenização de R$ 5,5 bilhões pela empresa Novonor, antiga Odebrecht.

O maior volume negociado hoje foi da Vale (VALE3), em dia de alta no minério de ferro e depois de uma semana de desempenho positivo na economia e nos ativos chineses. Frente a isso, a Vale buscou ganhar o fluxo de oportunidade diante de uma nova precificação da bolsa doméstica. A ação da mineradora encerrou o dia com leve baixa de 0,05%.

As ações da Petrobras esboçaram leve recuperação após o tombo em torno de 12% ao longo da semana passada, em que foram punidas pela troca de comando na estatal. A Petrobras (PETR4) teve o segundo maior fluxo do dia, registrando uma alta de 0,14% no Índice Bovespa. As ações PETR3 tiveram valorização de 0,34%. Esse movimento aconteceu apesar da desvalorização do petróleo Brent, que puxou empresas juniores do setor para baixo, como a 3R Petroleum (RRRP3), que obteve a terceira maior queda diária, depois de uma alta forte vista na sexta-feira (17).

Outra queda da bolsa hoje foi do IRB Brasil (IRBR3). Jaqueline Kist destaca que a ação vem "sofrendo bastante com a especulação e atualização das estimativas quanto aos prejuízos e impactos das enchentes no Rio Grande do Sul".

Nesse sentido, o IRB destaca que ainda não é possível projetar qual será o impacto financeiro, considerando os impactos climáticos ainda em andamento, diante das frequentes elevações das estimativas - por isso o ativo sofre na sua negociação em bolsa.

No Brasil, os juros futuros operaram em alta nesta segunda-feira, refletindo uma piora nas projeções da Selic e da inflação no Boletim Focus, aponta Jaqueline Kist, da Matriz Capital. "Com a alta na expectativa do IPCA para 2024 e 2025, por consequência vemos a expectativa também elevada para a Selic até 2027, a 9% ao ano, dada a necessidade de política monetária restritiva por mais tempo no Brasil, com a deterioração na trajetória inflacionária", acrescenta. "Vemos, nesse cenário, uma projeção de inflação implícita beirando os 6% ao ano a partir de 2027, o dobro da meta de inflação do BC."

E, "lá fora, tem prevalecido perspectiva mais conservadora para os juros americanos, o que ajuda a entender a fraca performance do Ibovespa", diz Lucas Martins, sócio e especialista da Blue3 Investimentos, referindo-se também a declarações 'hawkish', duras, da diretora do Fed Michelle Bowman, na última sexta-feira, que contribuem para alimentar este cenário de fundo mais favorável à renda fixa do que à variável, ainda no momento.

Maiores altas do Ibovespa

  • Isa Cteep (TRPL4): +5,19%
  • MRV (MRVE3): +3,57%
  • Marfrig (MRFG3): +3,56%
  • Braskem (BRKM5): +3,23%
  • Eztec (EZTC3): +3,08%

Maiores quedas do Ibovespa

  • IRB Brasil (IRBR3): -6,82%
  • Eletrobras ON (ELET3): -3,53%
  • TIM (TIMS3): -2,89%
  • Yduqs (YDUQ3): -2,87%
  • Multiplan (MULT3): -2,41%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou o pregão de sexta-feira (17) em leve baixa de 0,10%, aos 128.150,71 pontos.

Suno
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