Ibovespa cai 0,62% com aversão ao risco e queda do petróleo
O cenário internacional adverso foi determinante para o viés negativo do Índice Bovespa, que fechou em baixa de 0,62% nesta quarta-feira, 11, aos 74.398,55 pontos. Em meio à forte onda de aversão ao risco no exterior, no entanto, o bom desempenho de ações específicas, como Eletrobras e bancos, impediu uma queda maior do principal índice de ações da B3. Os negócios somaram R$ 9,8 bilhões.
A intensificação do conflito comercial entre Estados Unidos e China gerou uma série de reflexos nos mercados mundiais, principalmente nos preços do petróleo, que despencaram nas bolsas de Nova York e Londres. A tensão foi iniciada na noite de terça-feira, 10, com a sinalização dos EUA de impor tarifa adicional sobre US$ 200 bilhões em importações de produtos da China, que acenou com retaliação na mesma proporção.
"Hoje a bolsa seguiu muito à risca o comportamento do mercado internacional, sobretudo as commodities. Mas é preciso fazer uma ponderação, uma vez que o mercado brasileiro teve um comportamento melhor, se comparado aos emergentes", disse Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial.
Descoladas do cenário externo hostil, as ações do setor financeiro fecharam majoritariamente em alta. Não houve um motivo específico para a alta, a não ser o fato de esses papéis acumularem algumas das maiores quedas da bolsa no ano. Às vésperas do início de uma nova safra de balanços, as ações dos bancos sinalizam uma recuperação em julho. No pregão desta quarta, o destaque ficou com Banco do Brasil ON, que subiu 1,99%. Itaú Unibanco PN e as units do Santander subiram 0,40%. As exceções foram Bradesco ON (-0,32%) e PN (-0,40%).
"É um segmento cíclico, que tem uma relevância muito grande no Ibovespa. Foram os primeiros papéis a cair e agora são os que estão na linha de frente para uma recuperação", disse Figueredo.
A expectativa otimista em torno da privatização das distribuidoras da Eletrobras prevaleceu ao longo do dia, o que garantiu às ações da companhia ganhos de 2,19% (ON) e 2,17% (PNB). À tarde, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), disse que a votação projeto de lei que destrava a venda das distribuidoras hoje depende de um acordo entre os líderes da Casa.
"Foi um dia de noticiário misto, com expectativas também mistas. Os negócios levaram em conta as influências do cenário externo, mas também com um noticiário corporativo forte", disse Roberto Indech, analista da corretora Rico.