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Ibovespa cai 3,4% após Dilma subir nas pesquisas eleitorais

Volume financeiro no pregão alcançou cerca de R$ 12 bilhões

21 out 2014 - 18h24
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<p>Ibovespa caiu 3,44%, a 52.432 pontos, menor patamar desde 5 de junho</p>
Ibovespa caiu 3,44%, a 52.432 pontos, menor patamar desde 5 de junho
Foto: Nacho Doce / Reuters

O principal índice da Bovespa despencou nesta terça-feira para a mínima em mais de quatro meses, revertendo os ganhos acumulados em outubro e também o avanço no ano em dólar, após levantamentos eleitorais na segunda-feira mostrarem a presidente Dilma Rousseff (PT) em vantagem numérica na corrida presidencial.

Pesquisa Datafolha, uma das mais monitoradas pelo mercado, mostrou na noite da véspera Dilma com 52% dos votos válidos, ante 49% em pesquisa anterior, contra Aécio Neves (PSDB) com 48% (ante 51%). Trata-se de empate técnico, mas agentes preferiram vender.

O Ibovespa caiu 3,44%, a 52.432 pontos, menor patamar desde 5 de junho, pressionado principalmente pela estatal Petrobras, além dos bancos privados Itaú Unibanco e Bradesco, que tem reagido à eleição.

No pior momento, o principal índice da bolsa tocou o patamar dos 51 mil pontos pela primeira vez desde o início de junho.

O volume financeiro no pregão alcançou cerca de R$ 12 bilhões.

O declínio nesta sessão levou o Ibovespa a acumular perdas de cerca de 3,11% em outubro, revertendo o ganho de 0,34% contabilizado até a véspera. Na semana passada, o índice ainda tinha no mês elevação superior a 7%.

No ano, o índice ainda acumula alta de 1,8% em reais. Mas considerando a cotação em dólar, que tem subido em relação ao real, o Ibovespa abandonou o terreno positivo: acumula queda de 3%, contra ganho de 1% até a véspera.

A Bovespa chegou a reduzir as perdas no início da tarde, acompanhando Wall Street, em meio à repercussão positiva dos resultados corporativos de Apple e da Texas Instruments, mas o Ibovespa voltou a se aproximar dos 51 mil pontos, mesmo com o índice S&P 500 avançando 1,9%.

Operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo e, com base nos últimos levantamentos, a percepção é que aumentaram as chances de vitória da presidente Dilma, o que levou a uma nova correção, disseram profissionais ouvidos pela Reuters.

O gestor de um fundo no Rio de Janeiro, que pediu para não ter o nome citado, lembrou que 2015 será um ano difícil, de ajustes na economia, e o resultado da eleição pode ter um impacto de expectativas muito forte.

No caso de reeleição de Dilma, ele não vê esse efeito agindo de forma favorável, assim como não espera um potencial ajuste fiscal, o que explica o maior prêmio de risco embutido nos preços dos ativos.

A expectativa entre os agentes é que os próximos dias registrem aumento da volatilidade e redução de liquidez, em meio a divulgação de uma bateria de pesquisas até domingo.

Corporativo

As ações da Gafisa, que divulgou na véspera dados operacionais do terceiro trimestre e revisou para baixo a estimativa de lançamento de imóveis residenciais de média e alta renda neste ano, recuaram 3,7%, enquanto os papéis da Even, que divulgou queda nos lançamentos e nas vendas no terceiro trimestre, caíram 5,28%.

As ações da Gol caíram 5,6% com a alta do dólar ante o real, mesmo após a divulgação de que a demanda doméstica por transporte aéreo no Brasil subiu 3% em setembro.

O dólar em alta, por sua vez, ajudou as ações de empresas como Fibria, Suzano, Embraer e Braskem, que têm receita com exportações, a se valorizarem, destoando da tendência geral da bolsa paulista.

A Fibria divulga resultado trimestral na quarta-feira antes da abertura da bolsa e a expectativa média de quatro previsões de analistas aponta para prejuízo de cerca de R$ 600 milhões, com Ebitda tendo queda anual de 23,6%, a R$ 582,5 milhões.

Também na quarta-feira estão previstos os balanços de Natura e Cia Hering.

Souza Cruz, que abre a temporada de resultados dos papéis de companhias listadas no Ibovespa nesta terça-feira após o fechamento, encerrou o dia em queda de 4,8%.

As ações da Vale, que mostraram alguma debilidade no início do pregão, fecharam em alta superior a 1%. Dados sobre o crescimento da China no terceiro trimestre confirmaram desaceleração da segunda maior economia do mundo, mas os preços do minério de ferro à vista valorizaram-se nesta sessão.

Após o fechamento, a agência de classificação de risco Moody's anunciou o corte dos ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira e em moeda local para Baa2, de Baa1, e manteve perspectiva negativa, citando alta alavancagem, o que deve recuar de forma significativa somente bem depois de 2016.

Fora do Ibovespa, a ação da Ouro Fino Saúde Animal registrou alta de 2,4%, a R$ 27,65, no seu primeiro dia de negociação na Bovespa. A empresa, a única a estreiar na bolsa brasileira até o momento neste ano, precificou sua oferta de ações no topo da faixa estimada na véspera.

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