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Ibovespa encerra mês em alta com aposta em retomada

29 mai 2020 - 18h05
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O Ibovespa subiu nesta sexta-feira, revertendo já nos ajustes de fechamento, em sessão volátil na sequência da fala do presidente dos EUA, Donald Trump, e terminou a semana e o mês no azul, em meio a esperanças de retomada da economia afetada pelo Covid-19.

Pessoas observam painel eletrônico da Bovespa. 9/52016. REUTERS/Paulo Whitaker
Pessoas observam painel eletrônico da Bovespa. 9/52016. REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em alta de 0,52%, a 87.402,59 pontos, tendo atingido 87.410 pontos na máxima e 85.384,29 pontos na mínima. O volume financeiro somou 40,96 bilhões de reais.

A sessão começou com agentes financeiros aflitos com a potencial resposta prometida por Trump aos planos da China de impor uma nova legislação de segurança para Hong Kong.

Para o analista de investimentos José Falcão, da Easynvest, desde a véspera o mercado estava apreensivo com o possível recrudescimento na guerra comercial entre as duas potências, em meio à recessão econômica devido à pandemia do coronavírus.

"Mas a fala de Trump sinalizou que ele não deve comprometer o acordo de fase 1 entre os dois países", acrescentou.

O presidente norte-americano disse apenas que determinou a seu governo que inicie o processo para eliminar o tratamento especial concedido a Hong Kong.

Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, por mais que Trump tenha subido o tom e se posicionado contra China na questão envolvendo Hong Kong, a ausência de novas sanções trouxe um alívio aos mercados.

Na semana, o principal índice da bolsa acumulou alta de 6,36%, encerrando maio com elevação de 8,57%.

Para Falcão, tal movimento reflete apostas na reabertura das economias, com os efeitos das medidas de restrição para combate à Covid-19 já precificada. "A expectativa de retomada está ofuscando dados negativos, que ainda são muitos."

Apesar da alta, o Ibovespa permanece distante da máxima histórica intradia de 119.593,10 pontos, registrada em 24 de janeiro, quando a pandemia parecia restrita à China.

O fechamento da semana foi marcado pelo rebalanceamento dos MSCI Global Standard Indexes. (https://bit.ly/3679Xnb). Entre as ações brasileiras, foram excluídos a da Embraer e adicionada a de Copel e CPFL Energia.

Os ajustes de portfólio na revisão do MSCI costumam elevar o volume negociado na B3, já que muitos fundos seguem a carteira.

DESTAQUES

- VALE ON disparou 5,81%, após os comentários de Trump, além da alta de mais de 6% nos contratos futuros de minério de ferro negociados na China, que alcançaram o quinto ganho semanal seguido. A mineradora ainda informou que conseguiu na Justiça a manutenção das operações do complexo de minério de ferro de Itabira (MG). No setor de mineração e siderurgia, CSN ON saltou 7,39%, USIMINAS PNA subiu 2,5%.

- PETROBRAS PN teve alta de 2,88%, revertendo perdas de mais cedo, conforme os preços do petróleo no mercado externo também passaram a subir. PETROBRAS ON subiu 1,36%.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,16%, novamente destaque de baixa do Ibovespa. BRADESCO PN caiu 0,79%. BANCO DO BRASIL ON, por sua vez, subiu 0,16%.

- MRV ON caiu 3,68%, após reportar queda no lucro do primeiro trimestre, uma vez que o aumento das provisões para inadimplência e a concessão de maiores descontos mostraram os primeiros impactos da pandemia da Covid-19. Em teleconferência, executivos da empresa afirmaram que decidirão mais para o final do ano sobre manutenção de política de dividendos.

- EMBRAER ON ganhou 2,44%, mas chegou a disparar 18,6% na máxima, após a Reuters noticiar que fabricantes de aviões do exterior estão rondando a companhia semanas após a Boeing abandonar os planos para uma combinação na aviação comercial.

- PAGSEGURO avançou 6,44% em Nova York, após reportar na véspera balanço do primeiro trimestre, com lucro de 356,9 milhões de reais, alta de 15,2% ano a ano. O volume de pagamentos subiu 29,7%, para 31,7 bilhões de reais.

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