Ibovespa ensaia melhora e flerta com 123 mil pontos
O Ibovespa ensaiva melhora nesta segunda-feira, após uma abertura mais fraca, tendo superado 123 mil pontos no melhor momento, com Braskem capitaneando as altas, em pregão de liquidez reduzida por feriado norte-americano e marcado pela posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Às 13h23, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,41%, 122.846,45 pontos, tendo marcado 123.098,32 na máxima e 121.511,13 na mínima até o momento. O volume financeiro somava 4,66 bilhões de reais.
A melhora da bolsa paulista acompanhou anúncios sobre as primeiras medidas que Trump deve tomar após tomar posse, que está prevista para as 14h (horário de Brasília).
Apesar do sinal positivo na sessão e do desempenho da semana passada, quando acumulou alta de quase 3%, agentes financeiros, contudo, permanecem ressabiados.
Para estrategistas do Santander, tal cenário representa a "calmaria antes da tempestade". "Com a nova administração dos EUA tomando posse...antecipamos maior volatilidade e ruído em torno de tarifas e potenciais mudanças na política econômica", afirmaram.
Trump volta à Casa Branca nesta segunda-feira e, entre as primeiras medidas está um memorando com o objetivo de combater a inflação, exigindo uma resposta de "todo o governo" para reduzir os custos para os norte-americanos, conforme divulgaram algumas fontes.
A equipe de estratégia macro global do UBS reiterou recomendação "neutra" para ações do Brasil entre os mercados emergentes, citando que, embora os valuations pareçam baratos, surpresas negativas no lado macro e incertezas em torno da disciplina fiscal podem continuar a pesar no mercado.
DESTAQUES
- BRASKEM PNA avançava 6,31%, ampliando a alta da última sexta-feira, quando anunciou antes da abertura do mercado que investirá 614 milhões de reais em projetos de ampliação de capacidade em instalações na Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas. Para analistas do Citi, apesar do montante relevante de investimentos a serem executados, o anúncio é neutro em termos de desembolso de caixa, uma vez que o investimento será compensado pelos créditos ligados o Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que oferece incentivos fiscais.
- RAÍZEN ON recuava 5,39%, após a companhia divulgar prévia operacional do terceiro trimestre do ano safra 2024/2025, com a moagem de cana somando 13,8 milhões de toneladas, bem abaixo dos 32,9 milhões do trimestre anterior e dos 18,8 milhões de um ano antes. A Raízen decidiu descontinuar a divulgação das projeções financeiras referentes ao ano-safra 2024/2025 "em razão da performance observada até o momento e das mudanças em curso na companhia". COSAN ON, que compartilha o controle da Raízen com a Shell, caía 3,78%.
- CSN ON perdia 1,85%, em sessão negativa também para outros papéis do setor de mineração e siderurgia, com VALE ON também em baixa de 0,94%, enquanto investidores aguardam a posse de Trump e clareza sobre a direção das políticas do novo governo. A CSN também anunciou nesta segunda-feira que interrompeu a produção do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda (RJ) para manutenção programada.
- YDUQS ON subia 2,91%, em sessão de ajustes após forte recuo no último pregão (-5,7%) na esteira de relatório do JPMorgan cortando a recomendação das ações do grupo de educação para "neutra" e reduzindo o preço-alvo de 18 para 10,50 reais. No setor, COGNA ON subia 2,4%.
- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava acréscimo, em dia misto os bancos do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON em alta, mas BRADESCO PN recuando e SANTANDER BRASIL UNIT estável.
- PETROBRAS PN registrava elevação de 0,51%, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior.