Ibovespa fecha com declínio discreto; petrolíferas sobem
O Ibovespa fechou com um declínio discreto nesta segunda-feira, com Casas Bahia entre as maiores quedas antes da divulgação do balanço do último trimestre do ano passado, enquanto petrolíferas foram destaque de alta, endossadas pelo avanço do petróleo no mercado externo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,08%, a 126.931,47 pontos. Na máxima do dia, chegou a 127.224,32 pontos. Na mínima, a 126.750,47 pontos. O volume financeiro somou 16,4 bilhões de reais.
Investidores da bolsa paulista estão na expectativa da ata da última decisão de juros do Banco Central, na semana passada, quando a Selic foi reduzida em 0,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, e a autoridade monetária sinalizou apenas mais um corte -- diferentemente das orientações futuras anteriores.
De acordo com o analista Nilson Marcelo, da CM Capital, o mercado não ficou satisfeito com desfecho da reunião. Apesar do corte, ele citou que as expectativas já não são mais as mesmas e há dúvidas sobre os próximos movimentos. "Qualquer novidade que apareça, pode tentar sanar essas dúvidas", pontuou.
O documento está previsto para terça-feira, quando a agenda também traz o resultado de março do IPCA-15.
O chefe da área de renda variável da InvestSmart, Pedro Mattos, também notou um pouco de receio com a cena fiscal, após estimativas do governo de déficit primário em 2024, embora as previsões tenham ficado na banda de tolerância e tenham sido consideradas mais realistas pelo mercado. "Um ponto positivo."
A semana mais curta em razão do feriado e a proximidade do encerramento da temporada de balanços no Brasil também foram apontadas por Marcelo, da CM, como razões para o movimento mais "lateralizado" do pregão brasileiro.
No exterior, Wall Street fechou com sinal negativo, após uma semana robusta, com agentes na expectativa de dados da economia norte-americana na semana, entre eles o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE). O rendimento do Treasury de 10 ano subia a 4,2493% no final do dia.
DESTAQUES
- BRASKEM PNA recuou 4,54%, a 26,06 reais, em sessão de ajustes, após disparar quase 26% na semana passada, marcada pela repercussão do seu resultado trimestral e perspectivas de executivos da petroquímica, além de notícias sobre a esperada venda da participação da Novonor na empresa.
- CCR ON fechou em baixa de 3,20%, a 13,60 reais, tendo como pano de fundo relatório do UBS BB cortando a recomendação da ação para "neutra" e o preço-alvo a 16 reais. Os analistas do banco também rebaixaram Ecorodovias para "neutra", mas elevaram o preço-alvo para 10 reais. ECORODOVIAS ON, que não está no Ibovespa, caiu 2,42%, a 8,47 reais.
- CASAS ON cedeu 2,94%, a 6,60 reais, renovando mínimas, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre do ano passado, prevista para o final o dia. No último pregão, o papel desabou quase 13%. MAGAZINE LUIZA ON perdeu 0,52%.
- PETROBRAS PN avançou 1,53%, a 36,60 reais, em dia de alta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com acréscimo de 1,55%, a 86,75 dólares. No setor, 3R PETROLEUM ON subiu 3,47%, PETRORECONCAVO ON ganhou 2,87% e PRIO ON encerrou em alta de 2,1%.
- MINERVA ON valorizou-se 1,69%, a 7,22 reais, também tendo no radar resultado do quarto trimestre de 2023, após encerramento do pregão.
- VALE ON caiu 0,21%, a 60,82 reais, mesmo com o aumento dos preços futuros do minério de ferro na China nesta segunda-feira. O contrato mais negociado da commodity na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,3%, a 842 iuanes (116,91 dólares) a tonelada.
- ITAÚ UNIBANCO PN fechou estável, a 33,72 reais, enquanto BRADESCO PN perdeu 0,14%, a 13,94 reais.
- ULTRAPAR ON fechou com acréscimo de 0,04%, a 27,81 reais, após anunciar que comprou participação de fundos na transportadora logística Hidrovias do Brasil, elevando sua fatia na companhia para 21,87%. HIDROVIAS DO BRASIL ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 14,89%.
- VIVARA ON, que não faz parte do Ibovespa, fechou em alta de 1,91%, a 25,56 reais, após renúncia de Nelson Kaufman como CEO, com o conselho de administração da companhia decidindo que o fundador e principal acionista da empresa passará a desempenhar a função de presidente do colegiado.
(Edição de Patrícia Vilas Boas)