Ibovespa avança em dia de decisão de juros com apoio de Petrobras e alívio em DIs
O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, ganhando fôlego na parte da tarde, quando ultrapassou os 130 mil pontos momentaneamente, tendo Petrobras entre os principais suportes na esteira do avanço dos preços do petróleo no exterior.
O alívio nas taxas dos contratos de DI de prazos mais longos endossou o viés positivo na bolsa paulista, onde agentes financeiros encerraram o pregão à espera da divulgação da decisão de política monetária do Banco Central.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com elevação de 1,06%, a 129.593,31 pontos, após marcar 130.898,89 pontos na máxima e 127.361,90 pontos na mínima do dia.
O volume financeiro somou 29,2 bilhões de reais.
Notícias sobre o estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuaram sendo monitoradas no mercado, com o boletim médico mais recente informando que ele fará na quinta-feira uma complementação da cirurgia no crânio realizada esta semana.
Números da B3 também têm mostrado entrada líquida de capital externo nas ações brasileiras em dezembro, com o saldo positivo em 1,94 bilhão de reais até o dia 9. No ano, porém, o déficit ainda é de 31,87 bilhões de reais.
Em relação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), as apostas no mercado já embutiam a perspectiva de uma aceleração no ritmo de alta da Selic nesta quarta-feira, em meio à piora nas expectativas de inflação, entre outros fatores.
Após o fechamento do mercado, o BC anunciou a elevação da Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, prevendo mais duas altas equivalentes.
No último encontro, no começo de novembro, o Copom elevou a Selic em 0,50 ponto, para 11,25% ao ano, defendendo a adoção pelo governo federal de medidas fiscais estruturais com impactos para a política monetária.
De acordo com o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, também repercutiu no dia a publicação na véspera de portaria que deve liberar as emendas parlamentares, vistas como essenciais para destravar o pacote fiscal na Câmara.
No cenário externo, números sobre os preços ao consumidor norte-americano em novembro dentro das expectativas reforçaram previsões de que o Federal Reserve deve cortar a taxa de juros em 0,25 ponto na última reunião do ano, na próxima semana.
Em Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam com altas de 0,82% e 1,77%, respectivamente, mas o Dow Jones cedeu 0,22%.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subiu 1%, com o avanço dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em alta 1,84%, a 73,52 dólares. A estatal também divulgou detalhes sobre o pagamento de remuneração a acionistas anunciado no mês passado.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,97%, com o setor como um todo também ganhando força à tarde. BRADESCO PN subiu 1,76%, SANTANDER BRASIL UNIT fechou em alta de 0,24% e BANCO DO BRASIL ON ganhou 2,13%.
- TOTVS ON valorizou-se 7,37%, após o UBS BB elevar a recomendação dos papéis para "compra" e o preço-alvo de 34 reais para 38 reais, com os analistas citando maior convicção de melhora de margem, a partir de cálculos sobre receita de nuvem, inflação e impactos de mix de receita.
- HAPVIDA ON avançou 5,95%, no segundo pregão seguido de alta, após fechar na segunda-feira na mínima desde abril de 2023, com a melhora ajudada pelo movimento nos DIs.
- VALE ON caiu 1,56%, seguindo o recuo dos preço do contrato futuro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, que encerrou as negociações do dia com queda de 1,64%, a 809,5 iuanes (111,38 dólares) a tonelada.
- AMBEV ON recuou 3,29%, em dia de ajustes, mas ainda contabiliza uma valorização de 8,4% em dezembro.
- CSN ON perdeu 1,11%, após divulgar uma série de projeções para seus negócios nos próximos anos e desistir de continuar mirando em uma meta de redução de endividamento que prometia entregar aos investidores há vários trimestres. A quarta-feira também teve evento da empresa com investidores.